Conjuntura Atual

Conjuntura Atual: A saída indigna de Pazuello e a matemática da morte

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Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal

Publicado em 16/03/2021, às 21h40   Luiz Fernando Lima*


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Saída indigna 
A saída desonrosa do general Pazuello do ministério da Saúde acontece depois de muitas mortes, equívocos e desmandos. A incapacidade de alinhar planejamento e execução contribuíram para o estado calamitoso no qual o Brasil está imerso. Esta é a avaliação de representantes dos partidos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro. 

Digo que fico 
Por outro lado, há quem coloque “panos quentes” e diga que o ministro se propôs a cumprir orientações do próprio presidente, de modo, que pouco poderia ter feito além do que fez. Pera lá: se não tem autonomia e pensa diferente pede o quepe e sai do cenário. Não apenas Pazuello ficou, como ainda na segunda (15), reiterou o desejo de não largar o osso. 

Conversa vai 
A escolha do cardiologista Marcelo Queiroga é um alento, ao menos na largada, para os secretários estaduais e municipais de Saúde. Por aqui, Fábio Vilas Boas afirma que o novo ministro tem interlocução e entende de saúde pública. “Espero que consiga driblar a falta de diálogo. Queremos que exista uma liderança nacional. O vácuo não interessa a ninguém”. 

Conversa vem 
A observação de um curioso cidadão: Bolsonaro poderia avisar a todo mundo que Queiroga é o Posto Ipiranga da Saúde. Deixa ele cuidar das coisas e pula fora da agenda. Vai contribuir muito se não mexer ou deixar os filhos meterem o bedelho na Saúde Pública. 

Alvo 
A cardiologista Ludhmilla Hajjar quase virou ministra. Além de ouvir poucas e boas do presidente na reunião/entrevista, enfrentou a insanidade que circunda a família Bolsonaro. Embora seja uma reconhecida intensivista, cardiologista e entenda muito destes segmentos, há uma tese de que Hajjar pouco entende de Saúde Pública. Obviamente, alguém que chegou onde ela está pode aprender qualquer coisa, mas o tempo joga contra. A sandice da claque bolsonarista mirou no que viu e acertou no que não viu. 

Transporte 
Por aqui o prefeito de Salvador, Bruno Reis, se vira nos trinta para ampliar a rede de atendimento em saúde. De leitos, a respiradores, passando por vacina. Tudo isso deve ser elogiado. Neste terça-feira (16) fez coletiva para falar de transporte público. Ai é que o buraco é mais embaixo. Já passou da hora de estudar, planejar e viabilizar uma política de transporte público que seja digna para o cidadão soteropolitano. Se as empresas atuais estão quebrando, que seja pensado um modelo melhor primeiro para quem usa e depois para quem explora. 

Congresso 
O deputado federal Elmar Nascimento acredita que existe ambiente político no Congresso Nacional para apreciar as reformas tributárias e administrativa. O problema é o governo conseguir organizar a agenda. 

Ainda Lula 
O parlamentar do Democratas diz que há um superdimensionamento da decisão do ministro do STF, Edson Fachin, a respeito do ex-presidente Lula. “O povo sabe o que foi feito. Não adianta anular toda a Lava Jato. Houve roubo e as pessoas sabem disso”. 

A matemática da morte 
Em pronunciamento na Câmara dos Deputados, Jorge Solla (PT-BA) colocou em números o descolamento do Brasil do mundo que faz a pandemia, aqui, ter dimensões assombrosas. "É só comparar o Brasil, não com os países que fizeram um bom trabalho, mas com a média global. Se nós tivéssemos tido um desempenho na média do que fizeram todos os países do planeta, teríamos preservado a vida de 200 mil brasileiros. Três em cada quatro brasileiros que morreram por coronavírus foram vítimas da política genocida do governo Bolsonaro". E o abismo só aprofunda: o Brasil possui 3% da população mundial, mas na última semana a cada 100 pessoas que morrem de covid no planeta, 22 são brasileiros. "Estamos chegando em 300 mil mortos. Se não mudarmos a política radicalmente, vamos chegar a meio milhão. Ou mais".


*Luiz Fernando Lima é jornalista, especialista em cobertura política. Foi editor do BNews, colunista do jornal A Tarde, além de trabalhar em assessorias de comunicação no setores público e privado. Escreve a coluna Conjuntura Atual toda terça-feira no BNews.

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