Conjuntura Atual

Centrão pressiona e deixa Bolsonaro nas cordas em disputa pelo fundão eleitoral

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Os bastidores da política  |   Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal

Publicado em 20/07/2021, às 19h32   Luiz Fernando Lima


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O presidente Jair Bolsonaro anunciou que vai vetar o fundão eleitoral de R$ 5,7 bilhões. Sugeriu que o valor seja reajustado acompanhando o índice da inflação, o que deixaria o montante em torno de R$ 2,2 bilhões. O Centrão, que dá sustentação política ao mesmo presidente, quer um piso de R$ 4 bilhões. O ultraje é visto como “custo da democracia” e quem tem mandato, em legenda da base governista, não vai arredar o pé.

Sobre fragilidade

Como escrevemos inúmeras vezes, um Poder Executivo fraco faz um Poder Legislativo forte. E o Legislativo é a casa da maioria. Neste sentido, representantes de partidos de centro, controladores das duas Casas congressuais, estão dobrando a aposta, ou melhor, fatura em duas pontas. Ao lado do ultrajante fundo eleitoral, a LDO aprovada na Câmara prevê a manutenção do Orçamento Paralelo, que coloca o presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas) em uma posição de poder extremada. 

Frangalhos

Jair Bolsonaro cavou tanto e fez tão pouco que se colocou na pior situação para um chefe de Estado. Nele não cola o discurso de vítima, ao contrário, se se queixar é mi mi mi. E não podendo bater o pé em protesto, se vê nas cordas do ringue, tendo sob constante ameaça a abertura de um processo de impeachment que pode resultar, sem muita balela, na sua saída do jogo político.

Para além

Nota de cabeça de matéria: os filhos do presidente são favoráveis ao fundão

Hora de mostrar

A cara de pau de determinados parlamentares é tamanha que a votação nominal, para derrubar o eventual veto de Bolsonaro ao fundão, não deve constranger boa parte dos deputados. Eles estão certos de que tudo o que fizerem será “perdoado” pelas urnas. A conferir!

Efeito cascata

Tem liderança comunitária, regional, de bairro, municipal que está com os sentidos aflorados diante da possibilidade de um fundão deste ser de fato aprovado. O custo “militância” vai ser ainda mais inflacionado. 

Observe

Um deputado disse a este jornalista há algum tempo atrás que investir em liderança no início dos anos dois mil era certeza de conversão de votos. Mas agora, o mesmo diz que a coisa está tão cabeluda que o investimento não traz certeza de retorno e ainda tem que seja traído na boca de urna. A política nacional está piorando a cada dia. Se isto é amadurecer, a gente tá perdido!

O certo

O deputado federal Elmar Nascimento tem o nome consolidado para uma reeleição. O que faz muitos observadores políticos se perguntarem porque tem se movimentado para ir para a chapa majoritária. O parlamentar de Campo Formoso está bem alinhado com o presidente da Câmara, Arthur Lira, indicou quadros na Chesf e teve acesso a fatia boa de emenda paralela. 

Pelo duvidoso

Ao ser lançado para disputa do Senado, o deputado pode esperar alguns cenários sinuosos. O primeiro é que só é disputada uma vaga para a Casa Alta neste pleito. O segundo, é a tendência do atual ocupante da cadeira, Otto Alencar (PSD), disputar a reeleição. Otto tem, a despeito da aliança com petistas e progressistas, uma base extensa no interior do estado e é um adversário difícil de ser derrotado.

Mas…

A lista do que está em jogo para Nascimento cresce na medida que a candidatura é aprofundada. Nos bastidores corre a especulação de que o deputado está colocando o nome agora para ser chamado no processo de composição. Ou seja, aumenta seu leque de influência no grupo político. 

Pesquisas

Para não passar batido, pesquisa de intenção de voto na Bahia, na boca de urna já é para se desconfiar, estando a um ano e três meses da eleição, sem chapa montada, sem saber tática eleitoral, método, campanha definida, sem quase nada além de dois nomes fortes é algo que serve apenas para alimentar a chama do hardnews. De resto, tem é caminhada pela frente.

Pesquisas II

Já o levantamento a respeito da aprovação das gestões de Bruno Reis e Rui Costa demonstra que ambos estão bem no que se refere ao enfrentamento à pandemia. O negócio é saber como a vida dos soteropolitanos e baianos vão melhorar. Trabalho, renda, custo de vida, transporte, segurança, infraestrutura, tem um bocado de outras demandas represadas que vão desaguar em algum momento.

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