O secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, em um claro endurecimento do discurso na disputa por concessões no texto da Lei Geral da Copa declarou: “o Brasil não vai vencer a Fifa”. De acordo com matéria publicada na revista Carta Capital desta semana, Valcke teria argumentado que a instituição apenas pede ao País o cumprimento de acordos assinados ainda em 2007.
Embora tenha garantido que a realização do Mundial no Brasil em 2014 não está ameaçada, Valcke disse que o êxito da organização dependerá do entendimento entre as autoridades brasileiras e a Fifa. “Ou fazemos juntos e teremos sucesso ou não vamos ganhar”.
Entre os pontos polêmicos que o governo brasileiro pretende incluir na lei estão a meia-entreda para idosos e estudantes e a proibição à venda de bebidas alcoólicas nos estádios. O secretário da Fifa alegou que as medidas podem causar prejuízos à entidade e disse que outros países, como a Rússia e até o Catar, onde o álcool é proibido por razões religiosas, resolveram rapidamente a questão.
Uma semana atrás, o deputado federal, Romário (PSB-RJ), acirrou a discussão ao afirmar que analisa o projeto de Lei Gera da Copa e que a Fifa “definitivamente não pode mandar no País”.
O jornalista escocês, Andrew Jennings, em seu livro "Jogo Sujo", denúncia a participação do secretário Valcke nos maiores escândalos de corrupção dentro da Fifa. Compra de votos e desvios de verbas são alguns dos pontos que formam o elo entre o secretário-geral e o presidente Joseph Blatter.
O livro-reportagem traz outras denúncias que levaram, inclusive, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COI), Ricardo Teixeira, depor na última semana para explicar a suposto recebimento de propinas.
Valcke é o interlocutor da Fifa com a CBF e com o governo brasileira.
