Copa do Mundo

Arena Fonte Nova: pesquisa aponta problemas de acesso

Imagem Arena Fonte Nova: pesquisa aponta problemas de acesso
Segundo jornalistas das quatro capitais, existe tal dificuldade em todos os estádios reformados  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 29/04/2013, às 19h42   Redação Bocão News (Twitter:@bocãonews)



Torcedores das quatro capitais onde estão localizados os estádios que foram reformados ou reconstruídos para a Copa das Confederações e Copa do Mundo - Maracanã (RJ), Mineirão (MG), Arena Fonte Nova (BA) e Castelão (CE) - relataram a diferença percebida, entre o antes e o depois das intervenções nos equipamentos. Apesar de reconhecerem as melhorias, reclamaram de problemas relacionados ao acesso a estes locais. O site iG esporte publicou uma matéria onde cita os problemas encontrados nos estádios, entre eles, a Arena Fonte Nova, em Salvador.

Reinaugurado neste sábado (27) com o amistoso entre 'Amigos de Ronaldo' e 'Amigos de Bebeto', o Maracanã foi o quarto palco da Copa a ter suas obras concluídas. O iG ouviu jornalistas que costumavam frequentar estes estádios antes da reforma e que já tiveram a oportunidade de visitá-los após a reabertura. De uma forma geral, ficaram mais bonitos e melhoraram para o uso dos torcedores, mas ainda apresentam problemas no que diz respeito ao acesso. 


Arena Fonte Nova - Salvador / BA

A nova versão do estádio baiano é mais bonita do que a anterior e apresenta melhoras significativas nas instalações. Antes da reforma, a Fonte Nova nem sequer possuía cadeiras, apenas arquibancadas de cimento. Ainda assim, os torcedores não estão livres do desconforto. É o que relatou Alberto Oliveira, do jornal Tribuna da Bahia . 

As obras no entorno estão atrasadas, o que representa uma barreira no caminho ao estádio. O deslocamento é apenas um dos problemas. Dependendo de onde ficar, o torcedor terá dificuldade para assistir ao que acontece dentro de campo. "Parte da torcida ficou mais perto do gramado, o que oferece um ângulo novo, mas há muitos pontos cegos", disse Oliveira. "Quem fica atrás dos bancos de reserva, por exemplo, é obrigado a permanecer de pé se quiser enxergar o campo inteiro."

A visibilidade não é o único incômodo dentro do estádio. "Nos jogos em que fui, senti muito calor e ouvi vários torcedores reclamando do mesmo desconforto, talvez por conta da cobertura. Pode ser um problema no verão", completou.


Fonte Nova - Salvador (BA)
Capacidade:  50.223 lugares 
Custo: R$ 591,7 milhões (R$ 323,6 milhões de financiamento federal)


Castelão - Fortaleza (CE)

O torcedor cearense tem à disposição um estádio muito melhor em relação ao que era antes da reforma. De acordo com Fernando Graziani, do jornal Tribuna do Ceará , o Castelão apresentou evolução em muitos pontos – além de ter ficado muito mais bonito por dentro e por fora. Um deles é a visão do campo. O rebaixamento do gramado mudou completamente a situação de quem assiste ao jogo nas cadeiras inferiores. "Antes, o setor era muito ruim. Ficava quase no mesmo nível do campo. Hoje, é o melhor do estádio e, claro, mais caro por causa disso", contou. Nas cadeiras superiores, o que ajudou foi a iluminação mais eficiente.

Houve melhora também nas instalações, mas com algumas ressalvas. Os torcedores reclamam pelo pouco espaço que há entre as fileiras de cadeiras. As lanchonetes têm pouca variedade de produtos e nada típico da região. Mas o grande problema é a dificuldade que o torcedor encontra para chegar ao estádio.

“Por enquanto, o acesso piorou em virtude das obras de mobilidade, que estão dificultando muito a chegada do torcedor, causando trânsito intenso na saída do estacionamento – que é novo e tem capacidade para quatro mil carros. Estas obras não estarão prontas em 2013, mas a promessa é que tudo fique pronto para 2014”, disse Graziani.



Castelão - Fortaleza (CE)
Capacidade: 67.037 lugares 
Custo: R$ 518,6 milhões (R$ 351,5 milhões de financiamento federal)


Maracanã - Rio de Janeiro

Quem esteve no palco da decisão da Copa do Mundo no sábado, gostou do que viu. Wellington Campos, da Rádio Itatiaia , e Eraldo Leite, da Rádio Globo , aprovaram as instalações e, principalmente, a visão de campo do novo Maracanã. "A inclinação é menor e parece que estamos mais perto do gramado. Não tem pontos cegos. É 100% melhor", disse Leite. "Os banheiros não têm nada de especial, mas funcionam bem. São higiênicos e ecológicos. As poltronas são bem confortáveis", afirmou Campos.

A questão do acesso ao estádio não ficou clara no evento de reinauguração. Ainda não dá para saber se os torcedores terão dificuldades para chegar ao local. "Foi difícil de medir (no sábado)", contou Leite. "Foi um dia atípico, com esquema especial, de interdições de ruas."
Campos lembra-se que foi ao estádio pela primeira vez em 1985. Leite frequenta o local profissionalmente há ainda mais tempo: desde 1977. Até por isso, sente a falta de identidade. "É um outro estádio, dá saudade do velho Maracanã. Ainda estou me acostumando e me orientando", afirmou Leite.


Maracanã - Rio de Janeiro (RJ)
Capacidade:  78.639 lugares 
Custo:  R$ 808,4 milhões (R$ 400 milhões de financiamento federal)


Mineirão - Belo Horizonte (MG) 

Mineirão foi reaberto em dezembro. Primeiro jogo foi o clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro, em fevereiro.

O visual da parte de fora foi mantido. Por dentro, tudo está mais bonito. Quem entrar no Mineirão depois da reforma, verá "um estádio todo diferente". É isso o que disse Daniel Ottoni, do jornal O Tempo . Segundo ele, as novas instalações estão melhores, mas ainda existem pontos que precisam ser desenvolvidos.

"Faltam sinalizações mais claras para torcedores e profissionais de imprensa, evitando que eles fiquem perdidos", relatou Ottoni. Outra reclamação diz respeito ao tradicional feijão tropeiro que é servido no estádio: "O restaurante peca por não servir no mesmo molde do antigo. O que é servido hoje é um tropeiro 'meia-boca', com arroz e couve sem sal e um feijão tropeiro mal feito."

O principal problema, porém, é outro. A exemplo do que acontece com os outros estádios da Copa do Mundo já reinaugurados, o acesso ao torcedor não ficou mais fácil. "O congestionamento continua e incomoda muito. Antes, era possível parar carros mais perto do estádio. Agora, isso não é mais possível, somente a um raio de 2 km. Metrô não existe. Antes, ônibus deixavam os torcedores na porta do estádio.
Agora, não mais", afirmou.


Mineirão - Belo Horizonte (MG) 
Capacidade:  62.160 lugares 
Custo: R$ 666,3 milhões (R$ 400 milhões de financiamento federal) 


Fotos: Divulgação // iG Esporte



Classificação Indicativa: Livre

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