"Sí, se puede", cantavam os equatorianos ao fim do jogo. Agora, o grupo E vai para a última rodada com tudo indefinido. Na verdade, a França, com seis pontos e o mesmo número no saldo de gols, dificilmente não irá às oitavas de final. O Equador assume a segunda colocação com três pontos, assim como a Suíça, mas com vantagem no saldo (0 a -2). Zerado, Honduras até tem chance de se classificar, porém precisa melhorar o balanço de gols (-4).
Na última rodada, quarta-feira que vem, a França enfrenta o Equador no Maracanã, no Rio de Janeiro, enquanto a Suíça duela com Honduras na Arena da Amazônia, em Manaus. Os dois jogos começam às 17h (de Brasília).Com três segundos de jogo, a primeira falta. Nem bem a bola tinha passado do círculo central. Em Honduras x Equador, o duelo físico era mais do que esperado: as chegadas, os encontrões, as bolas alçadas para os centroavantes e até os erros de passes na área ofensiva. A intensidade foi alta. Nos primeiros minutos, cada seleção apareceu no ataque com jogadas pelos flancos.
Logo aos 6, o primeiro cartão amarelo: Boniek Garcia, surpresa de Luis Fernando Suárez em Honduras, errou na saída de bola na intermediária de defesa, e Beckeles matou o lance com uma rasteira em Enner Valencia. A cobrança de falta, porém, não levou perigo.
Os centro-americanos eram quem mais tentava armar jogadas de criatividade, enquanto os equatorianos buscavam o lançamento direto em busca de Caicedo ou Enner Valencia.
Seis minutos depois, Honduras quase abre o placar. Após cobrança de escanteio da esquerda de Garcia, Bernardez apareceu livre no segundo pau, sozinho, sozinho, mas errou o alvo.
Até que aos 31 minutos da etapa inicial, finalmente, saiu o primeiro gol da Arena da Baixada na Copa do Mundo: lançamento direto da defesa, Guagua errou o corte, Carlo Costly dominou, arrancou e chutou forte, no canto direito de Dominguez. Honduras abre o placar!
E Costly ajudou os hondurenhos a, após 32 anos, balançarem as redes em Copas. Até hoje, nesta que é sua terceira participação, a seleção H marcou apenas em 1982.
Mas o Equador não deixou barato e pouco depois igualou o marcador. Aos 34, Paredes chutou sem grandes pretensões da parte direita da área, a bola passou por todos (Beckeles fez o golpe de vista errado) até encontrar o pé esquerdo de Enner Valencia no segundo pau; o toque foi sutil, mas encobriu Valladares. Explosão amarela em Curitiba.
La Tri seguiu assustando em duas bolas alçadas na área, mas foi Honduras quem balançou as redes novamente, em lance confuso. Já nos acréscimos, o cruzamento da direita de Beckeles encontrou Costly (impedido), que cabeceou na trave. No rebote, Bengtson (também em posição irregular), com o braço, fez o gol. O auxiliar não marcou os dois impedimentos, porém o árbitro Benjamin Williams assinalou o toque de mão e deu cartão amarelo ao hondurenho. Os jogadores reclamaram muito, apontando para o bandeirinha.
Se o primeiro tempo começou com uma falta aos três segundos, a etapa final teve início com uma chance de gol: Beckeles arriscou de fora da área, e Dominguez, com seu 1,96m, fez ponte e agarrou com segurança.
O Equador dominou a bola, então, por quase 10 minutos e teve uma boa chance com Caicedo, que recebeu pela esquerda da grande área de Antonio Valencia, mas se desequilibrou e acabou caindo no gramado.
Os centro-americanos assustaram aos 13 em chute de Bengtson, que desviou em Erazo e quase enganou Dominguez. O goleiro espalmou para escanteio. Dois minutos depois, em cobrança rápida de tiro de canto, Paredes cruzou na medida para Erazo, que mandou muito alto.
Aos 20, a bola parada equatoriana, finalmente, funcionou: em falta pela esquerda, Ayoví cruzou na medida para Enner Valencia, de novo, marcar pela segunda vez na partida e pela terceira na Copa do Mundo, se igualando aos artilheiros Karim Benzema, Thomas Muller, Robin van Persie e Arjen Robben. Festa tremenda na Arena da Baixada!
Até o final, Honduras não conseguiu criar chances claríssimas, assustando em arremates de fora da área, enquanto o Equador cadenciava e buscava os contra-ataques. Aos gritos de "Sí, su puede", a torcida amarela segurou a vitória em Curitiba.
Publicada no dia 20 de junho de 2014, às 20h57
