Coronavírus: OMS pede para África se preparar para o pior

Mesmo com 798 casos confirmados de coronavírus até a noite da última quinta-feira (19), cerca de 0,33% do total de infectados no mundo, a África deve ficar em alerta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

"A África, meu continente, precisa acordar", disse o etíope Tedros Ghebreyesus. "É preciso evitar grandes concentrações e fazer todo o possível para cortar [a pandemia] pela raiz, esperando que o pior pode acontecer."

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De acordo com informações da Folha de S.Paulo, a previsão das autoridades locais é que o cenário deve piorar em breve. Até o momento, a epidemia atingiu 35 dos 54 países, além de duas regiões administrativas da França na costa africana.

O número de casos é bem inferior ao de outros países, o peso relativo dos números do continente vem crescendo lentamente. No início da semana, eram cerca de 0,2% os casos africanos no cômputo global. A lenta marcha das estatísticas da doença na África pode ter sido afetada por problemas de detecção do vírus pelos deficientes sistemas de saúde locais.

A reportagem apresenta um dado importante. Os países mais afetados são os que têm maiores conexões com o resto do planeta. O líder em casos até o momento é o Egito, com 256 confirmados, seguido por África do Sul (150) e Argélia (87). Já são 20 mortes no continente todo.

Há incidência endêmica de doenças como tuberculose e Aids, que podem precipitar os óbitos caso pacientes peguem também coronavírus.

Por outro lado, é um continente com população relativamente jovem. Apenas 5% do 1,3 bilhão de africanos têm mais de 65 anos de idade, principal grupo de risco. Na Itália, um dos países que mais sofrem com a crise, são 23%.