Coronavírus

Atuação de Mandetta durante pandemia do coronavírus provoca crise entre Bolsonaro e governadores

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Reportagem da revista Veja revela que o presidente tem demonstrado desconforto com o protagonismo de seu ministro durante pandemia do covid-19   |   Bnews - Divulgação Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Publicado em 21/03/2020, às 19h37   Redação BNews


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O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) tem assumido boa interlocução com governadores e congresso no combate ao coronavírus. Contudo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem demonstrado desconforto com o protagonismo de seu ministro. É o que revela uma reportagem publicada na edição desta semana da revista Veja.

O texto cita um episódio ocorrido no último dia 13, quando Mandetta participou de uma coletiva de imprensa ao lado do governador de São Paulo João Dória (PSDB). Na ocasião, por mais de uma vez, celular do titular da pasta da Saúde tocou enquanto ele falava aos jornalistas. Era Bolsonaro do outro lado da linha.

O presidente teria ficado furioso com o fato do titular da Saúde aparecer ao lado de um de seus prováveis opositores na eleição presidencial de 2022. Dias antes, segundo a revista, Bolsonaro já havia advertido Mandetta por ter feito reuniões privadas com Doria e com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) - outro que pode concorrer ao sufrágio pelo Palácio do Planalto.

Também de acordo com a publicação, Mandetta foi o responsável por estreitar a comunicação entre o Palácio do Planalto e os governadores. Os secretários estaduais de Saúde e membros do Ministério da Saúde criaram um grupo de WhatsApp para otimizar a comunicação por iniciativa do ministro.

O democrata também foi responsável por negociar com o Congresso a liberação de cinco bilhões de reais para custear as despesas emergenciais dos estados. O ciúme presidencial diante do protagonismo de Mandetta resultou, por exemplo, na formação de um comitê executivo para conter a crise do coronavírus.

Visto como inócuo por gestores públicos da área da saúde, que julgam que a iniciativa ocorreu com considerado atraso, o comitê ministerial não conta com a participação do presidente e é liderado pelo ministro-chefe da Casa Civil, general Walter Braga Netto.

Bolsonaro não chegou a comparecer à reunião inaugural do colegiado. Em paralelo, Bolsonaro ainda transformou o diretor­presidente da Anvisa, o contra-almirante da Marinha Antonio Barra Torres, em seu principal conselheiro em meio a crise do coronavírus.

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