Coronavírus
Publicado em 11/04/2020, às 12h01 Redação BNews
O prefeito da cidade de Itamaraju, Marcelo Angênica, e o governo do Estado se envolveram em um imbróglio em meio à pandemia do novo coronavírus. Nesta manhã, o secretário estadual de Saúde, Fabio Vilas-Boas, divulgou um vídeo lamentando a situação e dando a versão do governo do estado para os fatos.
Vilas-Boas conta que na última quinta-feira (11) participou de uma reunião por telefone com o governador Rui Costa (PT) e o prefeito. Na ocasião, segundo o titular da Sesab, ficou combinado com o prefeito que o hospital municipal de Itamaraju seria transformado em uma unidade dedicada ao atendimento de pacientes com Covid-19.
“O prefeito ofereceu a unidade para que colocássemos lá 20 leitos de UTI que funcionassem também como porta de entrada de leitos de enfermaria e retaguarda. Ficou tudo alinhado", lembra. Ele acrescenta que nesta sexta-feira (10), o governo do Estado enviou técnicos da Sesab, arquitetos e engenheiros, além do diretor médico da força emergencial de Saúde, Ricardo Gouveia, ao município - para avaliar as adaptações necessária a estrutura.
Segundo o secretário, a prefeitura enviou um veículo para receber essas pessoas, que foram surpreendidas pelo que aconteceu em seguida. "Surpreendentemente fomos acolhidos por um grupo de manifestantes contrários a essa instalação e posteriormente pela manifestação pública do prefeito se dizendo contrária a tudo aquilo que havia sido combinado e garantido entre ele e o governador", relata.
O secretário também ressaltou o risco de morte ao qual a população do município está exposta caso não seja realmente possível seguir com instalações de saúde na cidade, e garantiu que o governo do Estado trabalhará para que a população do município tenha acesso a atendimento adequado durante a pandemia.
“Espero que com essa decisão que o prefeito tomou de deixar a população exposta, sem acesso a UTI, sem acesso a ventiladores mecânicos, espero que ele não venha a se arrepender caso pessoas venham a morrer em seu município nos próximos dias”, concluiu.
O grupo Suzano procurou o governo e decidiu doar 30 equipamentos de ventilação mecânica para a cidade. Juntos, a iniciativa pública e privada irá estruturar a melhor operação possível para atender a população em meio à situação.
Em postagem em suas redes sociais, o prefeito da cidade, por sua vez, se disse contra a posição do governador, e disse que em três anos de gestão, o Estado não atendeu o município “em nada, nem mesmo em um simples reconhecimento de nossos serviços de ortopedia”.
“ Mas sei que por força da lei, devido ao estado de calamidade, ele pode impor isso em nossa cidade. Por isso devo agir com cautela, equilíbrio e sem histeria, para não criar um fato contra nossa cidade”, escreveu. Angênica também anunciou a conclusão das obras da “sala vermelha” – um investimento que segundo ele custou meio milhão de reais pagos com recursos próprios.
“Temos só temos esse hospital, onde nascem mais de 100 crianças por mês, [...], não vamos permitir que destrua tudo isso”, concluiu.
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