Coronavírus

Após requisição, direção do Sagrada Família diz que vai "tomar medidas cabíveis" contra prefeitura de Salvador

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A administração do hospital foi transferida para as Obras Sociais Irmã Dulce  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 11/04/2020, às 12h59   Juliana Nobre



Desde o anúncio da mudança administrativa das dependências do Hospital Sagrada Família para as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), esta semana, os funcionários da unidade questionaram sobre a manutenção dos empregos. O BNews teve acesso a uma nota de esclarecimento da diretoria da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (Confhic) encaminhada aos médicos e colaboradores. 

Nela, a diretora “expressa o descontentamento, a dor e profunda indignação pela forma como a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição e todos os colaboradores do hospital estão sendo tratados. A direção do hospital tomará todas as medidas cabíveis a fim de salvaguardar o funcionamento da instituição, bem como os mais de 430 empregos diretos, pois com a requisição fica a pergunta: como resolveremos a situação dos funcionários, médicos e das irmãs”.

Ainda na nota, a direção afirma que a ideia era firmar um novo convênio para atender a demanda dos pacientes com o novo coronavírus, mas que “a ideia de um convênio ou parceria transformou-se em uma requisição administrativa por parte da prefeitura, sem o parecer das irmãs, entregando a administração a Osid”. O motivo, segundo a nota, seria a situação financeira do hospital. “Ora, esta seria a oportunidade de ajudar o tratamento dos necessitados e apoiar financeiramente o hospital”, completa o texto.

De acordo com o apurado pela reportagem, uma crise financeira tomou conta da unidade desde o início do ano passado. Em agosto, a prefeitura fechou um plano de recuperação do hospital. Com o convênio, a unidade hospitalar passaria a fazer cerca de 200 partos por mês, sendo 30 de alto de risco. Além disso, passaria a ofertar 7.635 procedimentos ambulatoriais e hospitalares, através do Sistema Único de Saúde (SUS). 

No entanto, em janeiro de 2020, houve mudança na direção da unidade, e no mês seguinte, outra alteração, entrando em crise financeira novamente. Com isso, o hospital interrompeu os atendimentos materno-infantil, bem como os serviços de pronto atendimento obstétrico, internação materna, centro obstétrico, internação neonatal em alojamento conjunto e UTI/UCI neonatal. Houve bloqueio judicial.

Em conversa com o BNews, neste sábado (11), o secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates, afirmou que vai solicitar a Osid o aproveitamento dos atuais funcionários do Sagrada Família. “A requisição administrativa é um instrumento legal e se tornou necessária no Hospital Sagrada Família devido a pandemia do novo coronavírus. A requisição foi objeto de reunião entre o prefeito ACM Neto, o vereador Joceval Rodrigues e a cúpula do referido hospital. Estamos trabalhando para causar o mínimo de prejuízos a instituição e a seus profissionais: Estamos calculando um valor de indenização justo e indicaremos a entidade que aproveite o máximo de profissionais possível. Estamos unidos para salvar vidas”, reforçou.

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