Entidades de Itamaraju cobram cessão de hospital para combate ao Covid-19; Prefeito se diz aberto a diálogo com Estado

Dez entidades sociais, sindicais e religiosas de Itamaraju assinaram uma nota pública se manifestando favorável à proposta do Governo do Estado de implantar no hospital municipal da cidade uma unidade de referência para tratamento ao novo coronavírus.

As entidades se dizem favoráveis à implantação dos leitos, desde que os devidos ajustes e eventuais adaptações sejam realizados. No texto, o grupo também defende diálogo entre o prefeito Marcelo Angênica e o governador Rui Costa.

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“Posições agressivas, hostilidades, notas de repúdio não representam, certamente, o pensamento da maioria da população, e não podem ser obstáculo ao necessário entendimento entre as partes”, diz a nota datada do último sábado (11).

O documento foi divulgado pelo deputado estadual Tum em suas redes sociais. O parlamentar é filiado ao PSC - de oposição ao governo do Estado -, embora costume votar junto com bancada governista. Informações de bastidores dão conta de que Tum deve migrar para o PP - legenda do vice-governador, e secretário de Desenvolvimento Econômico, João Leão.

“Num período tão delicado como este, não devemos partidarizar a saúde do nosso povo que encontra-se em risco. Por isso também defendo que seja restabelecido o diálogo entre o  Governo do Estado e a prefeitura e que sejam implantados estes 20 leitos de UTI que estão sendo oferecidos pelo governador” opina o deputado.

Em contrapartida, em carta à população da cidade neste domingo (12), Angênica diz que está aberto ao diálogo com o Estado para encontrar uma solução viável, e se colocou a disposição para  ajudar “no que for preciso no combate ao coronavírus”. 

“Um documento com novas propostas será encaminhado ao Governador, a fim de assegurar que tanto Itamaraju, quanto os demais municípios da região, possam ser estruturados para enfrentar a pandemia”, comunica na epístola.

O prefeito conta que adotou, desde o primeiro momento, todas as providências necessárias à adequação do Hospital Municipal - com recursos próprios -, para melhor atender a população durante a pandemia.

Ele explica que diante da solicitação do Governo de fechar o local para a criação de 20 leitos de UTI - convertendo o local em uma unidade de referência ao Covid-19 em todo extremo sul -, argumentou que aquele era o único hospital que atendia a população da cidade.

"Eu compreendia a situação e estava disposto a ajudar, até criando novos leitos, mas não poderia aceitar o fechamento do Hospital Municipal. [...] Não é possível, portanto, fechar as portas do hospital e torná-lo referência para toda a região", explicou.

Ele acrescenta que sugeriu que os novos leitos de UTI fossem divididos entre os maiores municípios do extremo sul - Itamarajú, Eunapólis, Teixeira de Freitas e Porto Seguro -, de modo que toda a região fosse contemplada e assistida.