Coronavírus

Em média cinco enfermeiros buscam atendimento psicológico diário para lidar com o combate a Covid-19 na Bahia

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O levantamento representa 20 dias de atendimento no programa “Enfermagem Solidária”   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 25/04/2020, às 12h10   Aline Reis


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O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) atendeu desde o dia 26 de março até o dia 14 de abril (período de 20 dias), 108 profissionais de enfermagem da Bahia que precisaram de auxílio psicológico para lidar com a rotina de combate ao novo coronavírus, o Covid-19. 

Na linha de frente de enfrentamento à doença, em média, cinco enfermeiros, técnicos ou auxiliares buscam o apoio por dia no estado baiano. 

O chat gratuito do programa “Enfermagem Solidária”, que funciona de forma ininterrupta, é uma medida emergencial com o suporte de psicólogos e psiquiatras. As principais queixas da categoria são a falta de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), exaustão com o volume de trabalho, medo do risco de infectar familiares, pressão por parte da chefia imediata, discriminação por parte da população (vizinhos, amigos), ansiedade com as notícias disponibilizadas pela mídia, etc. 

De acordo com o levantamento feito portal G1, 2.533 profissionais de todo o país foram atendidos no programa, o que dá uma média de 130 bate papos diariamente. Desse total, conforme dados do órgão, o público feminino é o mais afetado na saúde mental, com pouco mais de 85% da procura. 

Na Bahia até às 17h da última sexta-feira (24), se aproximava de dois mil casos confirmados da Covid-19 no estado e cerca de 12% são em profissionais de saúde, segundo informou o governador Rui Costa (PT) durante a transmissão ao vivo do seu programa online Papo Correria.

A situação é preocupante na região sul do estado, onde há um foco da doença. Por isso o poder estadual ordenou a testagem de todos os profissionais de saúde do Hospital Regional Costa do Cacau, em Ilhéus, já que 80% das notificações da doença são de trabalhadores da saúde, além do Hospital Base, de Itabuna, após o aumento de casos da contaminação de profissionais de saúde com o novo coronavírus. 

O primeiro óbito registrado na Bahia da categoria foi o técnico de enfermagem Antônio César Ferreira Pitta de Jesus, 48 anos. Considerado um caso grave, Cesinha, como era conhecido, trabalhava no Hospital Santo Antônio, das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), como funcionário da Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue (UCT) desde 2012. A unidade hospitalar teve um surto da doença nas últimas semana, ele chegou a ser afastado das atividades laborais dia 15 de abril após apresentar sintomas de febre e tosse. 

Prefeitura e Estado oferecem ajuda 

A Prefeitura de Salvador, através do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), órgão ligado à Secretaria Municipal da Saúde, faz acolhimento psicológico online para ajudar os trabalhadores das redes públicas e privada. No período de 30 dias, pouco mais de 50 profissionais buscaram o serviço gratuito. 

Para ter acesso basta ligar para os dois contatos telefônicos: (71) 99617-9091, das 09h às 15h, ou no (71) 98793-8673, das 15h às 21h. Cada atendimento é limitado ao tempo de 20 minutos de segunda à sexta-feira. 

Já o governo do Estado oferta práticas integrativas como consciência corporal, meditação, reiki, yoga, respiração e outros para os servidores da saúde do estado para ajudar a conter a ansiedade. O atendimento online acontece entre 08h às 12h e de 13h às 17h por telefone ou on-line todos os dias. O agendamento pode ser feito via SIAST, RH da Unidade de saúde ou pelo telefone (71) 3103-6144. 

Classificação Indicativa: Livre

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