Coronavírus
Publicado em 01/05/2020, às 10h07 Painel, Folha
A pergunta sobre onde os governadores estão comprando respiradores fora do país, feita pelo ministro Nelson Teich em reunião nesta quarta (29), foi interpretada por governadores como a senha de que o colapso bate à porta. E de que não há sinal de que o governo federal tenha planejamento algum para mudar isso. O caso da Bahia é exemplar. O estado diz precisar de 1.300 respiradores até meados de maio. Teich diz que a produção nacional entrega 180 por semana. Para todo o Brasil.
Teich disse não estar conseguindo realizar compras fora. Os governadores passaram uma lista de dicas de onde adquiriram, da China e da Europa.
Outros pontos das reuniões chamaram a atenção. O ministro falou do Palácio do Planalto e não do Ministério da Saúde, o link da teleconferência foi enviado pela Presidência e o general Braga Netto (Casa Civil) fez as aberturas dos encontros. A impressão foi unânime do forte controle imposto por Bolsonaro sobre Teich.
O encontro virtual teve também uma cena inesperada. Um dos participantes apareceu seminu. O homem tentava arrumar a câmera, quando ela ligou sem ele saber. O governador João Azevedo (PB-Cidadania), foi o primeiro a avisar da ocorrência. O moderador interveio, pedindo que a webcam fosse desligada.
Uma compra de 116 respiradores pelo Rio foi interrompida por falta de pagamento por parte da gestão Wilson Witzel (PSC). Os equipamentos seriam embarcados na China nesta quarta (29). O Iabas, organização social contratada para construir os hospitais de campanha no Rio, não recebeu os R$ 80 milhões para a compra que, por isso, foi cancelada.
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