"Decisão para reabrir academias e salões cabe aos prefeitos", diz Colbert Martins sobre decreto presidencial

O prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins (MDB), disse, nesta terça-feira (12), que cabe aos municípios a decisão pela reabertura de academias de ginástica, salões de beleza e barbearias. O gestor reforça que o decreto do governo federal publicado, ontem, tornando as atividades serviços essenciais não retira a autonomia das administrações municipais.  

"Essas ações são totalmente municipais, no meu entendimento. Em Feira, por exemplo, tem mais de três semanas que os salões de beleza com hora marcada estão funcionando. Nós fizemos num momento de não haver nenhum tipo de aglomemeração. A pessoa marca e, eventualmente, vai todo mundo com máscara. Essas coisas podem ser flexibilizadas em determinados momentos e em outras retiradas. Eu acho que a decisão do presidente tem a ver, não com as ações locais porque essas competem, no meu entendimento, aos prefeitos", destaca.

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De acordo com o balanço mais recente, Feira de Santana contabilizou 119 casos de coronavírus e uma morte. Uma pesquisa do Instituto Federal da Bahia, da Universidade Federal do Oeste da Bahia e voluntários do CoronaVidas.net aponta que a cidade teve um aumento considerável de casos desde que decidiu flexibilizar o funcionamento do comércio.

No entanto, Colbert Martins atribui o crescimento a diversos fatores. "Estava previsto esse aumento no número de casos. Evidentemente que, na hora que você faz uma flexibilização no comércio, na hora que o governo do estado coloca mais de 60 mil estudantes na rua com suas famílias para receberam um benefício, na hora que o governo federal coloca mais R$ 600 nas agências da Caixa com grande aglomeração aumentaria o número", explica o gestor.

Segundo ele, o aumento está "dentro de um nível suportável". O prefeito afirma que, no momento, Feira de Santana tem duas pessoas internadas com coronavírus na cidade e outras duas em Salvador. "São quatro casos ativos e que apresentam quadro clínico estável. Das cidades com 600 mil habitantes no país, Feira é a que tem o menor número de casos. Estamos preocupados, sim.  Entendemos que qualquer tipo de aumento é necessário que a gente restrinja os movimentos para evitar uma maior disseminação", aponta Colbert Martins.

Ele pede que a população continue respeitando as recomendações sanitárias de higiene e distanciamento social. "No centro da cidade, nos supermercados, as pessoas estão tendo cuidados. No entanto, existe muita aglomeração, principalmente nos bairros. Estamos restringindo a circulação evitando que as pessoas provoquem engarrafamento. É uma questão de consciência das pessoas. Nesta semana, uma pessoa chegou a retirar a barreira da prefeitura em um ginásio para praticar esportes", detalha.