Coronavírus

Avanço do novo coronavírus em Juazeiro preocupa e cientistas alertam para o perigo da flexibilização do isolamento

Reprodução/Prefeitura de Juazeiro
Cidade retoma atividades comercial e comitê de cientistas alerta para o perigo da doença   |   Bnews - Divulgação Reprodução/Prefeitura de Juazeiro

Publicado em 03/06/2020, às 07h00   Nilson Marinho


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Juazeiro, no Vale do São Francisco, passa a ser um ponto de preocupação no estado da Bahia, devido ao avanço do novo coronavírus. Um relatório do Comitê Científico do Consórcio Nordeste emitido nesta semana chama atenção para o crescimento de 191% de novos casos nos últimos 14 dias e sugere que o momento não é propício para o relaxamento do isolamento social, medida apontada pelos cientistas como a mais eficaz para barrar o avanço da doença. Entre os dias 12 e 26 de maio foram identificados na cidade 23 novos pacientes infectados. 

Conforme dados do boletim epidemiológico divulgado na noite desta terça-feira (2) pela Secretaria de Saúde de Juazeiro, a cidade possui 93 casos confirmados da doença, sendo que 54 pacientes ainda permanecem com o vírus ativo no organismo. Além disso, já foram registradas cinco mortes.

“Este crescimento é esperado em decorrência do mapeamento do status imunológico que o município tem realizado na cidade, ou seja, a testagem em profissionais dos serviços essenciais como saúde, segurança, limpeza e imprensa”, informou a gestão em um comunicado emitido nas redes sociais. 

Mesmo com o anúncio da expansão da doença, a prefeitura decidiu retomar o funcionamento do comércio nesta segunda-feira (1º) de forma gradual e em três etapas diferentes. Nesta primeira fase, ficou autorizado a abertura das lojas de cama, mesa e banho, vestuário e calçados, eletrodomésticos, ambulantes e a realização de cultos e missas — com limite máximo de 40% da capacidade do templo religioso e distanciamento de 2 metros entre os fiéis.

As próximas etapadas acontecem entre os dias 15 a 29 de junho, com a reabertura de feiras, mercados, salões de beleza, barbearias, shopping — menos cinema —, academias, restaurantes, bares e lanchonetes, em horário comercial, respeitando 30% da capacidade dos espaços.

Feira, Itabuna e Vitória da Conquista

Ainda de acordo com o relatório do Comitê, as cidades de Feira de Santana, Itabuna e Vitória da Conquista permanecem na zona de preocupação. Entre as três, Feira registrou o maior crescimento da doença nos últimos 14 dias. Foram 239 novos casos, uma expansão de 185%, acompanhado de Itabuna com 121% e Vitória da Conquista com 108%.

"Este Comitê tem clareza sobre as enormes dificuldades e os prejuízos econômicos causados aos Estados, Municípios e à sociedade como um todo pela manutenção de longos períodos de
isolamento social. Os efeitos são ainda mais danosos para os trabalhadores de baixa renda dos setores de serviços não essenciais. Entretanto, este Comitê continua mantendo a posição de que ainda não é o momento propício de flexibilizar as medidas de isolamento social, uma vez que o pico da epidemia da Covid-19 não foi atingido em nenhum Estado da Região Nordeste", diz um trecho do documento. 

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Salvador

O mesmo relatório aponta que, em Salvador, apesar de um crescimento de 117% de novos casos em duas semanas, a ocupação de leitos de UTI diminuiu há alguns dias. Mesmo assim, a capital baiana permanece no patamar que o Comitê considera "zona amarela" para a necessidade da implementação do lockdown total. A cidade já passa por medidas restritivas de circulação e funcionamento do comércio em alguns pontos, o que a prefeitura chama de "lockdown setorizado". Atualmente, nove bairros passam pelas medidas. 

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Classificação Indicativa: Livre

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