Coronavírus

Mãe diz que filho autista foi discriminado na Perini da Pituba por retirar máscara; flexibilização é permitida

Reprodução/Google Street View
No mesmo dia do ocorrido, o prefeito ACM Neto anunciou a flexibilização do uso de máscara para pessoas com autismo em Salvador  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Google Street View

Publicado em 09/06/2020, às 20h53   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

Uma mãe denunciou em publicação nas redes sociais nesta segunda-feira (8) uma discriminação que teria sido sofrida por seu filho, que faz parte do espectro autista, na unidade da Perini da Pituba. Segundo ela, funcionários não permitiram que o garoto retirasse a máscara - o que é permitido por decreto municipal.

"Expliquei a razão e, mesmo assim, mais e mais funcionários vieram exigir que ele ficasse de máscara, fizeram comentários desagradáveis, se recusaram a me dar atenção e entender que aquela não era uma situação comum", escreveu Margareth Ayres, em seu perfil no Instagram.

No mesmo dia do ocorrido, o prefeito ACM Neto anunciou a flexibilização do uso de máscara para pessoas com autismo em Salvador. O pedido foi feito ao prefeito no final do mês passado pelo deputado federal João Roma (Republicanos), que atendeu a uma reivindicação da Associação de Amigos do Autista da Bahia (AMA).

“Quando a família precisar sair de casa, quando tiver que sair, haverá uma exceção, uma compreensão específica para o caso de qualquer pessoa com autismo, de qualquer grau. Essa era uma demanda das famílias, que nós prontamente decidimos incorporar como decisão da prefeitura”, afirmou Neto, durante entrega de doações para a AMA.

Segundo Margareth, a gerente do estabelecimento ligou para se desculpar, mas não foi o suficiente. "O mundo inteiro passa por um momento tão delicado, onde se está falando tanto de respeito ao próximo, e aí me aparece uma empresa que não sabe tratar um ser humano com o mínimo de dignidade que merece; dando espaço a funcionários boçais que não sabem ao menos ouvir uma cliente. Triste".

Na própria publicação, o perfil oficial da Perini no Instagram respondeu, afirmando que "está constantemente atuando internamente para reforçar com todo o seu time, em todas as suas lojas, a necessidade de cumprimento das determinações e orientações das autoridades competentes".

A empresa informou que irá apurar internamente os fatos narrados.

Fiquei impressionada com a ignorância, brutalidade e completo despreparo da equipe da Perini Pituba. Realmente estão de parabéns, porque não é possível que uma empresa que se diga tão preocupada com as pessoas seja capaz de tratar clientes com tamanha estupidez. O meu filho é autista - me pergunto se sabem ao menos o que essa palavra significa - e não aguenta ficar mais que alguns minutos com a máscara. Ele já estava tendo crises de ansiedade por ficar tanto tempo preso dentro de casa e saiu comigo para a Perini Pituba, já que hoje é aniversário dele e durante a quarentena as opções são poucas pra celebrar. Lá dentro, como se espera de alguém de espectro autista, tirou sua máscara e, claro, funcionários vieram pedir para que a colocasse. Expliquei a razão e, mesmo assim, mais e mais funcionários vieram exigir que ele ficasse de máscara, fizeram comentários desagradáveis, se recusaram a me dar atenção e entender que aquela não era uma situação comum. A gerente ainda me ligou, achando que se desculpar sanaria alguma coisa. O mundo inteiro passa por um momento tão delicado, onde se está falando tanto de respeito ao próximo, e aí me aparece uma empresa que não sabe tratar um ser humano com o mínimo de dignidade que merece; dando espaço a funcionários boçais que não sabem ao menos ouvir uma cliente. Triste. Triste pra mim e muito mais pra vocês. Mas eu tenho certeza que, logo logo, vão aprender que não é assim que as coisas funcionam.@perini_oficial @marcosmion @acmnetooficial

Uma publicação compartilhada por Margareth Ayres (@margareth.ayres) em

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp