Coronavírus

Brasil precisaria de 15 dias de "lockdown forte", diz epidemiologista

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A opinião do médico Pedro Curi Hallal, que é reitor da Universidade Federal de Pelotas, vai em movimento contrário ao que ocorre agora - de flexibilização social nas cidades, principalmente nas maiores do país, como São Paulo e Rio de Janeiro  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 15/06/2020, às 09h38   Redação BNews


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O Brasil precisaria de, pelo menos, mais 15 dias de "um lockdown forte" para a curva de transmissão do coronavírus entrar em rota descendente segura. A avaliação é do epidemiologista Pedro Curi Hallal, em entrevista ao jornal Valor. A opinião do médico, que é reitor da Universidade Federal de Pelotas, vai em movimento contrário ao que ocorre agora - de flexibilização social nas cidades, principalmente nas maiores do país, como São Paulo e Rio de Janeiro.

“Rapidamente o Brasil entraria no mesmo patamar de outros, como Alemanha, Itália, Espanha e até os EUA, onde os números estão decaindo dia a dia já faz algum tempo”, estima o cientista, reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e coordenador do primeiro grande estudo nacional sobre a propagação da covid-19 no país, patrocinado pelo Ministério da Saúde.

Segundo ele, em números absolutos, o Brasil aparece destacado em todos os indicadores da pandemia, tanto negativos quanto positivos. “É o segundo país com mais mortes, segundo país com mais casos agora. E deve ser o segundo país com mais recuperados, porque a intensidade do vírus não é tão diferente de país para país. O que é diferente é a capacidade de transmissão do vírus ou o percentual da população afetada. E o Brasil é um país grande, assim como os Estados Unidos.”

Hallal recomendou cuidado ao se analisar o número absoluto. “Ele sempre nos traz uma informação que tem que ser bem compreendida. Agora, quando a gente relativiza para o tamanho da população, o resultado brasileiro, por exemplo, é muito pior que o da Argentina, que tem muito mais recuperados. Não em número absoluto, é óbvio, pois o Brasil tem muito mais gente, mas percentualmente”.

Ele citou que Coreia, Japão e Nova Zelândia, por exemplo, recuperam-se melhor que o Brasil. “Por outro lado, a Suécia está indo muito pior que a gente. Então o Brasil está num grupo intermediário que, infelizmente, pela aceleração (na alta de casos e óbitos), está indo rapidamente para a frente, e o que precisamos é desacelerar.”

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