Coronavírus

Rio de Janeiro: Leitos em hospitais de campanha custaram 90% a mais do que em rede privada

Fernando Frazão/Agência Brasil
O investimento total do estado governado por Wilson Witzel (PSC), suspeito de envolvimento em esquemas de superfaturamento na compra de insumos para a luta contra covid, foi de R$ 256 milhões  |   Bnews - Divulgação Fernando Frazão/Agência Brasil

Publicado em 27/07/2020, às 15h43   Redação BNews




O Governo do Rio de Janeiro pagou 90% a mais por leitos de hospitais de campanha destinados à Covid-19, do que o montante pago pela rede privada. De acordo com informações do UOL, cada leito de campanha inaugurado pelo estado custou em média R$ 581 mil.

Já nos dois hospitais de campanha financiados pela Rede D'Or, com o auxílio de outras empresas, tiveram custo médio de R$ 305 mil por leito.

O investimento total do estado governado por Wilson Witzel (PSC), acusado de envolvimento em esquemas de superfaturamento de equipamentos voltados ao enfrentamento da doença, foi de R$ 256 milhões. O valor foi utilizado para a construção e gestão de sete unidades de saúde, mas somente dois hospitais de campanha foram erguidos e funcionam.

Dois projetos foram deixados para trás e três estão sendo construídos, mas sem previsão de entrega.

Os dois restantes, o do Maracanã e de São Gonçalo, região metropolitana do Rio, tiveram o funcionamento suspenso por Witzel no último dia 17. As duas unidades tem capacidade total para 440 leitos de UTI, voltados exclusivamente ao tratamento de pacientes com Covid-19.

O Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde) foi escolhido pelo governo para construir e administrar os hospitais de campanha. Inicialmente, o contrato que poderia chegar a R$ 770 milhões, previa a construção de sete hospitais de campanha com um total de 1.300 leitos. Witzel, contudo, desistiu e rompeu o contrato ainda no início do mês.

Já as duas unidades financiadas pela Rede D'Or em pareceria com empresas custaram R$ 122 milhões, com 400 leitos, o que dá um custo médio de R$ 305 mil. Os valores incluem ainda a compra de insumos e equipamentos, além do pagamento da folha salarial dos funcionários.

O Governo do Rio de Janeiro não se manifestou sobre o assunto.

A Iabas afirmou na semana na passada que foi vítima do governo, que fechou as duas unidades Maracanã e São Gonçalo, sem aviso pr´vio.

Em um comunicado, a OS informou que "ofereceu todos os serviços necessários aos hospitais de campanha e com preço inferior aos seus concorrentes, por isso deu-se sua contratação".

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp