Coronavírus

Em justificativa ao TCU, Ministério diz que compra de cloroquina gerou "esperança a milhões de corações aflitos"

Marcello Casal Jr./Agência Brasil
No mesmo documento, a pasta argumenta que não há nenhum medicamento comprovado cientificamente que sirva para tratar o novo coronavírus e nega que a compra tenha sido feita em um valor acima do mercado  |   Bnews - Divulgação Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Publicado em 21/12/2020, às 11h58   Luiz Felipe Fernandez



Em ofício enviado em julho ao Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério da Defesa justificou a aquisição de dois lotes de insumos para a produção de cloroquina como o "equivalente a produzir esperança a milhões de corações aflitos" pela pandemia de Covid-19.

No mesmo documento, a pasta argumenta que não há nenhum medicamento comprovado cientificamente que sirva para tratar o novo coronavírus e nega que a compra tenha sido feita em um valor acima do mercado. O Ministério desembolsou valor 167% mais alto do que ela mesma tinha cobrado dois meses antes pelo mesmo produto.

Segundo o Ministério, a compra do Difosfato de Cloroquina "transcorreu conforme previsto na legislação vigente". Entre outras alegações, a pasta incluiu a alta do dólar e no preço da matéria-prima utilizada, que refletiu no preço final do negócio.

A estratégia, segundo o Ministério, para viabilizar a produção de milhões de comprimidos de cloroquina pelo Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército, era "aumentar o leque" de opções para prefeitos e governadores combaterem a doença, em maio a uma crescente de casos e mortes no Brasil à época.

Outro ponto considerado pelo Ministério para a compra foi a relação "risco x custo x benefício" da cloroquina, apesar de ser ter alta toxicidade comprovada pela ciência e contraindicada em casos de Covid-19.

"Nesse sentido, e dentro do que revela a experiência humana, não poderia ser exigível comportamento diverso do Laboratório Químico Farmacêutico do Exército, senão a busca dos insumos necessários e o pronto atendimento às prementes necessidades da produção da Cloroquina que, por seu baixíssimo custo, seria o equivalente a produzir esperança a milhões de corações aflitos com o avanço e os impactos da doença no Brasil e no Mundo", diz o documento.

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