Coronavírus

Butantã e SBim são contra adiamento da 2º dose para aumentar o número de vacinados

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A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), afirmou que não recomenda a prática do adiamento da 2º dose   |   Bnews - Divulgação Governo do Estado de São Paulo

Publicado em 22/01/2021, às 08h24   Redação BNews


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Reponsável pelo envasamento da vacina chinesa CoronaVac, o Instituto Butantan informou na última quinta-feira, (21), que não endossa a proposta de adiar a segunda dose de aplicação do imunizante para ampliar o número de pacientes vacinados contra o novo coronavírus.

A sugestão, que foi mencionada também também na quinta, pelo secretário municipal de saúde do Rio, Daniel Soranz, não está de acordo com o que os desenvolvedores da vacina recomendam, segundo reforçou o Butantan por meio de sua assessoria de imprensa.

Segundo o Instituto, o estudo clínico da vacina foi projetado para avaliar a eficácia do produto com duas aplicações num intervalo de 14 a 28 dias, e não é possível tirar conclusão sobre a resposta imune de pacientes que passem um período muito mais longo entre as duas doses.

Contra o adiamento

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), afirmou que não recomenda a prática do adiamento da segunda dose da Coronavac. A eficácia geral da vacina contra adoecimento foi de 50,4% e a proteção contra casos graves foi de 78%, mas só dentro do regime de duas doses.

"Não há dados científicos que sustentem uma decisão de dar a segunda dose da CoronaVac num intervalo diferente daquele entre duas e quatro semanas. Os estudos de fase 2 mostraram uma pequena vantagem em dar na quarta semana após a primeira, mas são estudos menores. E os estudos de fase 3, de eficácia, foram realizados no prazo de 14 dias. Então, não existe base para nada diferente disso", afirmou ao Globo, o diretor da entidade, Renato Kfouri, que analisou os dados da pesquisa

A maioria das vacinas de Covid-19 que estão em fase 3 de pesquisa são projetadas para regime de duas doses. Diante da falta de imunizante para vacinar grandes população, outros países já começaram a discutir a estratégia de adiar a segunda dose, o que permitiria cobrir um público maior com a primeira.

Efeitividade

Saber se a tática do adiamento surte efeito, porém, requer estudos específicos, que já começaram a ser feitos para algumas vacinas de Covid-19, afirma o Instituto de Vacinas Sabin, de Washington (EUA).

"Até a gente ter esses resultados, fazer isso pode ser um tiro no pé. Não dá para tentar isso com qualquer vacina. É um jogo muito arriscado, e isso nunca seria considerado se a gente nae estivesse numa situação tão crítica", — afirma a cientista brasileira Denise Garrett, vice-presidente do instituto.

Segundo Denise, um outro risco associado a estender o período para aplicação da segunda dose é o de dar espaço para vírus sofrer mais mutações e adquirir características de resistência, ao sobreviver à seleção natural de uma imunidade parcial.

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