Em reinauguração de hospital de campanha, Rui diz que governo chegou ao limite de leitos: "Não temos como abrir mais"

No dia em que marca a reinauguração do hospital de campanha na Arena Fonte Nova, para atender a demanda dos pacientes com Covid-19, o governador Rui Costa (PT) alertou fez uma alerta à população: o governo chegou ao seu limite de capacidade de abrir novos leitos hospitalares.

Inicialmente, o hospital reaberto nesta quinta-feira (4) terá ao todo 80 leitos, sendo 50 de UTI e 30 de enfermaria. Para desafogar o sistema de saúde do município, que hoje tem uma taxa de ocupação que chega a quase 90%, a previsão é que amanhã já estejam funcionando ao menos 20 leitos, à disposição de pacientes com o vírus Sars-CoV2.

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Paralelamente, o Hospital Metropolitano, que fica em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, também está prestes a começar a sua operação. A previsão inicial é de que sejam abertos 70 leitos - 40 de UTI e 30 clínicos, todos destinados a pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

"Nós temos uma programação, vamos abrindo conforme o avanço da doença. O Hospital Metropolitano está em licitação, vai ser gerido em regime de PPP. Nós abrimos aqui na Fonte Nova e não temos como abrir mais, vamos ter aqui 100 leitos, no Metropolitano mais 100 leitos, mas abrir mais leitos não vai resolver. Se as pessoas não tomarem consciência, nos próximos dias vamos precisar de mais 1 mil leitos", alertou o governador.

Rui se disse "surpreso" com a falta de "sensibilidade" de parte dos brasileiros que parecem ignorar o efeito devastador da pandemia. 

"São 400 mortos em 4 dias na Bahia. No passado, caía um avião com 200 pessoas, a gente passava semanas falando das vítimas. Ontem foi o maior número de mortes desde o início da pandemia, mais de 1700 no Brasil", lamentou.

Além da falta de recursos financeiros para abrir novos leitos, o governador destacou a dificuldade de conseguir contratar equipe médica suficiente para a atender a demanda. No momento, só há contingente de funcionários para cobrir 80 leitos.

VACINAS

Em tratativas avançadas com a Rússia para adquirir a Sputnik V, Rui Costa (PT) se mostrou confiante após o governo entrar na Justiça com uma liminar para poder comprar o imunizante sem o intermédio do Governo Federal, e antes da aprovação da Anvisa.

A Sputnik V já recebeu a aprovação de outras agências internacionais e tem sido aplicada em diferentes países.

Segundo Rui Costa, o acordo inicial prevê a compra de até 6 milhões de doses, distribuídas em lotes que seriam entregues a partir deste mês de março, e encerrando no mês de abril.

"Vou pedir autorização legislativa para ter condição orçamentária de vacinar o povo baiano", assegurou o petista.

Acompanhado pela subsecretária de Saúde Tereza Paim, Rui explicou que é fundamental que as pessoas acima de 60 anos consigam ser vacinadas o quanto antes, já que elas representam 77% das internações por Covid-19.

"Esse público a gente precisa vacinar urgentemente, para poder conter ao menos o desespero por UTI. Se a gente conseguir avançar um pouco, a gente diminui a pressão nos hospitais, por isso é tão urgente conseguir as vacinas a curto prazo", justificou.

Assim como fez em diversas ocasiões, Rui voltou a atacar a Anvisa pela demora na aprovação de vacinas que estão sendo aplicadas no mundo inteiro. O petista fez uma analogia com um cenário de guerra, com "soldados morrendo" e que precisam ser salvos.

"É como se tivesse uma guerra, um soldado fosse baleado. Aí você vai pegar a gaze para botar na ferida aberta e a Anvisa diz que antes precisa avaliar a gaze. Estamos em uma guerra, está morrendo gente. Os EUA aprova a vacina, 40 países aprovam a vacina. Ah, deixa morrer, mas só depois de analisar? Isso não é razoável, não é humano", retrucou.