Coronavírus

FPF pode ir à Justiça contra paralisação do Campeonato Paulista de Futebol

RODRIGO CORSI/ FPF
Ele ainda falou sobre o plano que a FPF propôs ao governo do estado e ao Ministério Público  |   Bnews - Divulgação RODRIGO CORSI/ FPF

Publicado em 17/03/2021, às 18h07   Redação Galáticos Online


FacebookTwitterWhatsApp

O presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, concedeu uma entrevista ao programa Seleção SporTV, onde falou sobre a recusa do Ministério Público (MP) em autorizar a continuidade do Campeonato Paulista no estado de São Paulo, o que gerou bastante insatisfação ao mandatário.

"Os clubes vão nas casas dessas pessoas para testar familiares. Vamos esperar isso do governo? É isso que a gente quer? Impedir essas pessoas de terem um atendimento? Eu não consigo entender por que o protocolo de A, B e C ser bom, mas o do futebol não serve. A ciência e a medicina dizem que é seguro. Se disserem que temos que parar, paramos, não somos negacionistas. O futebol não é cego. Nós vamos chegar a quatro mil mortes e continuamos vivendo, nós temos plano de saúde, condição financeira, mas e as pessoas que não têm? Manda para casa? A situação é grave, meus amigos, é grave", disse o presidente.

Ele ainda falou sobre o plano que a FPF propôs ao governo do estado e ao Ministério Público. Também disse que vai tentar viabilizar a disputa do Campeonato Paulista em outros estados.

"Nós propomos ao Ministério Público e ao governo do estado testar todos os atletas, isolar todos, quem tem CT, no CT, quem não tem, em hotéis. Testar antes de todas as partidas, ninguém sairia da bolha, com um número reduzido dos profissionais do clube e dos que fazem as partidas. Em média temos 176 pessoas em uma partida de futebol, íamos reduzir para 55. Imprensa, só os detentores dos direitos. Seríamos extremamente rígidos, mas, mesmo assim, sem ciência e medicina, não foi aceito. Próximos passos: estamos estudando com cautela a alternativa de jogar em outros estados. Por enquanto, com muita cautela, só após estar ajustado com prefeitos e governadores que daremos esse passo", falou.

Por fim, o presidenta da federação afirmou que se nada der certo, vai levar o caso para a Justiça.

"Óbvio que a Justiça é a última das opções, mas quem não teve um problema com inquilino, batida de automóvel, problema com patrão e foi para a Justiça resolver? Ir atrás disso faz parte da democracia. O futebol procurou o governo e o Ministério Público várias vezes, esgotamos qualquer forma de diálogo. Justiça é a última opção, quando não tiver mais caminho", explicou.

Bastos ainda mostrou preocupação com os clubes pequenos, que são os que mais sofrem quando o futebol para.

"O cara precisa do salário para sustentar a família. A gente não defende a manutenção das competições por causa de grandes clubes, de atletas que recebem grandes salários. Queremos salvar a saúde financeira e física dos pequenos, dos humildes. Se eles forem para casa ficarem nesses 15 dias, perdem os testes, acompanhamento médico e até correm chance de perder o salário. E não são só atletas, são os massagistas, preparadores… Vamos pensar no todo, parar de pensar só na elite, esses têm plano de saúde. A gente tem que cuidar dos humildes. Nesse momento triste a gente quer que esse grupo grande, mas humilde, seja empurrado para a fila do SUS? Vá para a fila da UTI? Nós temos controlado, os clubes têm controlado a saúde dessas pessoas. A gente luta para cuidar de gente, salvar vida", falou.

E para encerrar, ele deixou claro o descontentamento da Federação, em relação ao Ministério Público.

"O que nos incomoda muito é parar o futebol por uma recomendação do Ministério Público, sem respeito à ciência e à medicina. O que incomodou a Federação foi parar o futebol, ajustar uma reunião com o governo, com o Ministério Público. Fomos para essa reunião com três secretários do estado. Levamos a possibilidade da bolha. Dissemos que pararíamos a Séries A2 e A3, que o futebol não é cego, propusemos a bolha. Mas todos, sem nenhum exceção, fizeram qualquer crítica ao projeto apresentado. Nenhuma crítica. Nossa surpresa foi, quando na coletiva, o governador Doria trocou o interlocutor do Centro de Contingência da Covid-19, que faltou com a verdade. Todos elogiaram o protocolo e a proposta da Federação. Na reunião de noite com o Ministério Público, usando essa fala do Paulo Menezes, manteve a decisão. Não teve ciência, não teve medicina, e não foi isso que conversamos na reunião. Isso incomodou muito a federação e os clubes", completou.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp