Coronavírus

Pessoas estão morrendo pelo uso de ivermectina, alerta Fábio Vilas-Boas

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"Não tem benefício nenhum", declarou Fábio Vilas-Boas em entrevista nesta terça-feira (23)  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 23/03/2021, às 10h23   Luiz Felipe Fernandez


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O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, alertou à população baiana sobre o uso indiscriminado de ivermectina e outros medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19.

Em entrevista ao programa de José Eduardo, na rádio Metrópole, o secretário citou o artigo do hepatologista Raymundo Paraná, publicado no A Tarde, que relacionou o uso do medicamento a casos recentes de hepatite e necrose do fígado.

"Ivermectina faz mal, na dose que vem sendo preconizada para a Covid, tem causado hepatite, necrose hepática, falência hepática", explicou o secretário.

Com a situação, muitas pessoas precisam de um transplante de urgência do fígado, que não existe no Brasil. "Pessoas estão morrendo por toxicidade de ivermectina", lamenta.

De acordo com o titular da Sesab, a ivermectina e outras medicações que fazem parte do chamado "kit covid" - a aposta de alguns gestores para combater a doença - não tem nenhum "benefício".

Outro medicamento que tem impactado negativamente no combate ao novo coronavírus é o uso de corticóide sem prescrição. 

Vilas-Boas explica que muitos pacientes chegam às unidades de pronto atendimento com a situação agravada, justamente por ter se automedicado. No caso do corticóide, ele pode diminuir o sistema imune do corpo e aumentar as chances de internação pela doença.

"Alguns chegam a usar corticóide e isso tem sido um desastre, pois utilizado em quem não está internado ou sem comprometimento pulmonar, não tem benefício. Nos primeiros dias, o corticóide deprime o sistema imune e o vírus avança mais rápido", assegura o secretário, que relata que é cada vez mais comum a busca destas pessoas por atendimento.

"Felizmente não é a maioria, mas muitos tem feito o uso disso e não estão se dando bem", avisa.

Mesmo no caso da ivermectina, que é tratada de maneira mais banal por ter menor toxicidade, é um perigo da forma como tem sido utilizada, muitas vezes como tratamento preventivo.

"Corram de quem está lhe prescrevendo isso", alerta o secretário.

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