Coronavírus

Empresa que cobrou US$ 45 mi adiantados do governo por Covaxin funciona em prédio sem identificação de Singapura

Reprodução/YouTube/The Intercept Brasil
Nesta sexta, o deputado federal Luis Miranda (DEM) e do servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Fernandes Miranda, irmão do parlamentar, prestam depoimento a  CPI da Pandemia. Dupla falará sobre possíveis irregularidades do governo federal na compra da vacina indiana  |   Bnews - Divulgação Reprodução/YouTube/The Intercept Brasil

Publicado em 25/06/2021, às 13h42   Redação BNews


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A empresa Madison Biotech, que, segundo denúncia do deputado federal Luis Miranda e de seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, que cobrou 45 milhões de dólares adiantados do governo Bolsonaro pela venda da vacina Covaxin, fica localizada em um prédio sem identificação em Singapura, paraíso fiscal ao sul da Malásia.

É o que aponta apuração realizada pelo site The Intercept Brasil. A CPI da Pandemia investiga a hipótese da Madison Biotech ser uma empresa de fachada usada para ocultar transações irregulares do contrato de R$ 1,6 bilhão para compra do imunizante fabricado pelo laboratório indiano Bharat Biotech. 

Este tipo de operação depende de escritórios que apenas fazem o registro de empresas em países conhecidos por cobrar baixos impostos e por permitir pouca transparência em transações comerciais – o que gera um ambiente ideal ocultar dinheiro ilegal.  

A reportagem do site The Intercept Brasil esteve no endereço registrado da Madson, localizado na movimentada zona central de Singapura, entre cafés startups, no número 31 da rua Cantonment.

Embora não houvesse sinalização comercial da Madison - apenas uma placa escrito Sashi Kala Devi Associates na porta -, uma mulher atendeu os repórteres. Ela se identificou apenas pelo primeiro nome, Sashi, dizendo que não era a dona da Madison, mas apenas uma “provedora de serviços”.

Mesmo dizendo que não poderia fornecer mais informações, Sashi comunicou que o local serve apenas como endereço fiscal da empresa e pediu que os repórteres voltasse no horário do almoço, quando poderia conectá-lo com os responsáveis pela empresa. 

Mais tarde, a reportagem encontrou a mulher, que na ocasião, ofereceu o telefone que estava salvo no seu celular como de “Srinivas Bharat Biotech”. Segundo ela, a Bharat Biotech é dona da Madison Biotech.

Na última quarta-feira (23), o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni (DEM), havia dito que a Madison Biotech era uma subsidiária da Bharat Biotech. A partir do contato oferecido por Sashi, a publicação obteve a orientação de que qualquer dúvida seria esclarecida pela assessoria de imprensa da organização.

Perguntas sobre a Madison, a cobrança antecipada de 45 milhões de dólares e a relação da empresa com Bahrat foram encaminhadas por um e-mail que até o instante de publicação da reportagem seguia sem resposta.

Nesta sexta-feira (25), o deputado federal Luis Miranda (DEM) e do servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Fernandes Miranda, irmão do parlamentar, prestam depoimento a  CPI da Pandemia, a parrtir das 14h. A dupla falará sobre possíveis irregularidades do governo federal na compra da vacina indiana Covaxin.

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