Coronavírus

Secretário volta a defender uso da CoronaVac em crianças contra ‘buracos de vacina’

Paulo M. Azevedo/ BNews
Leo Prates destaca que 260 mil pessoas não completaram seu ciclo vacinal, com a aplicação da segunda dose, e outros quase 80 mil que não foram ao posto para tomar o reforço do imunizante. "Esses 'buracos de vacina' estão dando problema na Alemanha, Portugal. Precisamos aprender com os erros dos outros, e é importante que cada um faça sua parte", disse  |   Bnews - Divulgação Paulo M. Azevedo/ BNews

Publicado em 18/11/2021, às 11h40   Nilson Marinho e Marcos Maia


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O secretário municipal de Saúde, Leo Prates (PDT) reforçou na manhã desta quinta-feira (18) que a vacina CoronaVac, contra a Covid-19, seja utilizada em crianças para reforçar a proteção da população contra o vírus. Na avaliação dele, a medida pode colaborar para conter a pandemia em um contexto no qual parte da população não concluiu a imunização.

Em entrevista ao BNews, durante lançamento do “Mãe Salvador”, que oferece assistência integrada - desde o pré-natal até o puerpério - às gestantes da capital baiana, o titular da pasta contou que voltou a se reunir com o Ministério da Saúde na última quarta-feira (18), e avaliou que a vacinação dos pequenos pode ajudar a evitar um novo aumento de infecções.

Atualmente, a elevação dos índices de infecções pelo Sars-Cov-2 vem sendo verificada no continente europeu. "Você pode ver que a europa está passando por um novo problema. Portugal demorou muito para dar a dose de reforço, só está com 32% das pessoas possíveis com a dose de reforço. Estourou agora um pico de casos lá agora", exemplificou.

Prates reforça que a vacinação tem desempenhado um papel importante para enfraquecer a cadeia de transmissão da doença, e opinou que o Ministério da Saúde acerta ao antecipar em cinco meses o esquema vacinal da população.

"A gente já antecipava em Salvador a dose de reforço em cinco meses e meio porque estava dando problema a partir do sexto mês. [...] Por segurança, demos 15 dias a menos. Agora o ministério baixou para cinco meses. Consideramos a medida mais acertada", continuou.

Ele avalia que, com a medida, “só vamos ter crise de coronavírus, se as pessoas não colaborarem". Prates destaca que 260 mil pessoas não completaram seu ciclo vacinal, com a aplicação da segunda dose, e outros quase 80 mil que não foram ao posto para tomar o reforço do imunizante.

"Esses 'buracos de vacina' estão dando problema na Alemanha, Portugal. Precisamos aprender com os erros dos outros, e é importante que cada um faça sua parte", opinou. 

Considerando, o contexto provocado por esses "buracos", Prates explica que as crianças funcionam como "pontos de linha de transmissão" para os idosos, por exemplo. "Apesar das crianças não estarem agravando, são importantes pontos de transmição", reforça.

Por isso, ele defende que a CoronaVac - que, assim como a vacina da influenza, por exemplo, utiliza o sars-cov-2 morto como princípio ativo - seja utilizada para imunizar  crianças. Ele cita que o imunizante foi utilizado no Chile sem registros de reação adversa, e com eficácia de 90% em organismos mais jovens. 

Além disso, segundo ele, do ponto de vista operacional, do ministério da Saúde e dos Estados, a medida ajudaria no cenário de oferta de imunizantes.

 "O ministério já disse que não pretende usar CoronaVac em adultos no ano que vem. Se a gente tem a possibilidade de fabricação de CoronaVac no Brasil, no ano que vem, em grande escala, por que não usamos nas crianças, que não tem reação adversa, e é uma vacinação de precaução?", indagou.

Assim, as vacinas da Pfizer ficariam disponíveis para os adultos - seja para doses regulares ou de reforço -, evitando também que os imunizantes não sejam utilizados em públicos concorrentes. Atualmente, a Pfizer é a única vacina com uso autorizado pela Anvisa para jovens de 12 a 17 anos - além de ser preferencialmente a vacina usada para reforço.

"Temos que utilizar estratégias inteligentes, que vacinem mais rápido, e que possam nos oferecer segurança. Por isso, na minha visão, o ministério deveria, junto com a Anvisa, autorizar, em um primeiro lugar, a autorização de CoronaVac em crianças. Não acho que vai ter essa quantidade de Pfizer disponível, já que a corrida é por vacina hoje", concluiu.

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