Coronavírus

Apesar de nova onda de Covid, Europa decide conviver com o vírus, diz jornal

Imagem Apesar de nova onda de Covid, Europa decide conviver com o vírus, diz jornal
Durante o verão as pessoas criaram mais imunidade para os meses de inverno, tradicionalmente mais difíceis  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 23/07/2022, às 16h21   Redação Bnews


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Por toda a Europa, adesivos, placas e outdoors desbotados permanecem como resquícios fantasmagóricos de lutas passadas contra a Covid-19, segundo o jornal O Globo. De acordo com a reportagem, enquanto os vestígios dos dias mais mortais da pandemia estão por toda parte, o vírus também está.
Segundo Andrea Crisanti, professor de Microbiologia que atuou como consultor de líderes italianos durante a emergência do coronavírus, um lado positivo foi que as infecções deste verão no Hemisfério Norte criaram mais imunidade para os meses de inverno, tradicionalmente mais difíceis. Mas deixar o vírus circular em níveis tão altos, disse ele, também cria um “dever moral” para os governos de proteger os idosos e vulneráveis ​​que permanecem sob risco de doenças graves apesar da vacinação.
“É necessário mudar nosso paradigma. Não acho que as medidas destinadas a reduzir a transmissão tenham futuro”, afirmou Crisanti, listando motivos como esgotamento social com restrições, maior aceitação do risco e a biologia de um vírus que se tornou tão infeccioso o ponto de que “não há nada que possa parar isso".
Segundo o jornal, as internações mais do que quadruplicaram desde maio, segundo dados oficiais. Mas as mortes causadas pelo vírus, ainda que em ascensão, não se aproximam dos níveis registrados no início do ano.
Na Alemanha, o Instituto Robert Koch, responsável pelo rastreamento do vírus, disse que “não há evidências” de que a trajetória da variante BA.5 seja mais letal, mas o ministro da Saúde, Karl Lauterbach, compartilhou tuítes postado por um médico de um ospital na cidade alemã de Darmstadt dizendo que a ala para pacientes de Covid de sua clínica estava totalmente ocupada com pacientes gravemente sintomáticos.
O conselho de vacinas da Alemanha ainda não atualizou sua orientação para uma quarta dose: atualmente um segundo reforço é recomendado apenas para maiores de 70 anos e pacientes de risco.
Na França, onde uma média de 83.000 casos por dia foram relatados na última semana, cerca de um terço a mais do que um mês atrás, o ministro da Saúde, François Braun, evitou novas restrições. Em entrevista à rádio RTL, Braun afirmou na semana passada que “decidimos apostar na responsabilidade dos franceses”, recomendando o uso de máscaras em locais lotados e incentivando uma segunda dose de reforço da vacina para as pessoas mais vulneráveis.
Na Espanha, onde a taxa de vacinação está acima de 85% e mais da metade da população elegível recebeu um reforço, a pandemia ficou em segundo plano enquanto os espanhóis voltaram às suas férias habituais na praia e receberam ansiosamente os turistas. As autoridades, encorajadas pela baixa ocupação das enfermarias de terapia intensiva, disseram que o monitoramento da situação seria suficiente. Nem todos ficaram satisfeitos.
Mas outras partes da Europa estão ainda mais livres. Na República Tcheca, onde não há restrições, inclusive em hospitais, o vírus está desenfreado e as autoridades preveem abertamente um aumento crescente nos casos.
Na Itália, o primeiro país ocidental a enfrentar toda a força do vírus, os relatos de novos casos aumentaram desde meados de junho, embora tenham caído na última semana. O número médio diário de mortes mais que dobrou no mês passado, mas os hospitais não ficaram sobrecarregados. O ministro da Saúde, Roberto Speranza, anunciou que o país seguiria a recomendação do regulador europeu de oferecer uma segunda dose de reforço para todos com mais de 60 anos – não apenas para maiores de 80 anos e pacientes vulneráveis.

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