Coronavírus
Publicado em 08/03/2022, às 08h02 Redação BNews
A prioridade do ministro da saúde, Marcelo Queiroga, é rebaixar o status da Covid-19 de pandemia, onde há uma situação de emergência sanitária global, para endemia, onde se convive com a existência do vírus, com números estáveis de contaminação e mortes.
De acordo com a Folha de São Paulo, a pasta precisa achar uma saída apoiar a posição do presidente, Jair Bolsonaro (PL), que desde o início da pandemia distorce dados para deixa-la mais branda.
Na reunião com técnicos de saúde, na última sexta-feira (4), Queiroga solicitou um levantamento do cenário da Covid-19 após a realização das festas de carnaval. A ideia é analisar o impacto do coronavírus e achar uma forma de reforçar o discurso presidencial. Os dados coletados deverão ser entregues na segunda metade do mês e a pasta deverá decidir sobre a mudança do status até o fim deste mês.
Queiroga busca encontrar uma forma para desobrigar o uso de máscaras no Brasil e, segundo aliados do governo, ser reconhecido como o gestor que terminou com a crise sanitária no país.
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Através das redes sociais, o presidente anunciou, desde a última quinta-feira (3), a tarefa da Saúde em "rebaixar para endemia a atual situação da Covid-19 no Brasil".
Pelas regras atuais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o término da crise sanitária tiraria a permissão do uso das vacinas Coronavac e Janssen, além de outros medicamentos contra o coronavírus de forma emergencial. Uma tarefa que está no colo do setor jurídico da saúde para resolver.
O status de "emergência" foi reconhecido em portaria da Saúde de fevereiro de 2020 . E o declínio também dificultaria a emissão de créditos extraordinários, que não são computados no teto de gastos. Por conta disso, a equipe do Ministério da Saúde estuda quais regras podem ser impactadas caso o governo mude a forma de tratar a pandemia, e de que forma podem manter os benefícios. Uma opção é mudar as normativas da Anvisa.
Em reunião, Queiroga pediu para que os técnicos da saúde observassem as medidas adotadas por outros países como, Reino Unido e a Dinamarca que já tratam o Covid-19 como endemia.
Para alguns gestores do SUS, esse ainda não é momento para a mudança na forma de tratar o coronavírus já que o número de óbitos no país ainda está alto. Só nesse segunda-feira (7), foram 211 mortes e 20.644 casos de Covid-19 registrados no Brasil. Até agora já são 652.418 vidas perdidas e 29.066.590 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2.
Parte dos gestores do SUS acredita que essa mudança é uma estratégia para ajudar na campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro, mas vai gerar desgaste para o Ministério da Saúde. Queiroga tem buscado agradar a base do governo para se agarrar ao cargo.
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