Justiça

Defensoria e Adep não se entendem sobre fim de semana de luxo

Publicado em 19/05/2015, às 09h17   Rodrigo Daniel Silva (Twitter: @rodansilva)


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A Defensoria Pública e a Associação dos Defensores Públicos da Bahia (Adep) não se entendem sobre o final de semana de luxo que tiveram os membros da instituição, no Gran Hotel Stella Maris, em Salvador. O encontro teria custado no total R$ 450 mil, valor pago com recursos da própria Defensoria, que conta com orçamento enxuto, inclusive, por conta disso, não consegue solucionar o problema da falta de membros no interior do estado. 
Em nota enviada ao Bocão News, o defensor público geral Clériston Macêdo disse que o encontro custou cerca de R$ 100 mil. “O valor gasto com a atividade [...] foi inferior a ¼ do apontado pela reportagem”, reforçou. O valor é referente apenas a gastos com pagamentos das diárias no Gran Hotel Stella Maris que cobra, conforme sua tabela, quartos que vão de R$ 655, o mais simples, e o mais caro, a suíte presidencial, chega a custar R$ 2.510.   
O defensor geral ressaltou que Adep e não a Defensoria custeou a atividade de integração e lazer no sábado e no domingo últimos. Frisou ainda que ocorreu “em ambientes externos ao hotel”. A associação, no entanto, divulga, em sua página na internet, que a feijoada “para integração dos colegas”, em parceria com a Defensoria Pública, aconteceu no hotel. A própria Defensoria distribuiu comunicado informando que a integração, inclusive, a atividade recreativa esportiva, ocorreria no Gran Hotel Stella Maris.
O defensor público geral afirma ainda na nota que a hospedagem foi restrita aos membros da instituição, com diárias de meia pensão. “Qualquer gasto que excedeu a meia pensão, como consumo de bebidas, inclusive água, foi arcados pelos defensores”, garantiu. Disse também que os defensores que optaram por levar acompanhantes pagaram por conta própria as hospedagens deles. 
Ainda na nota, Macêdo voltou a afirmar que a empresa fornecedora dos serviços, Sapotti Eventos, foi contrata na gestão da ex-defensora geral Vitória Beltrão Bandeira. Nesta segunda-feira (18), ela rebateu a declaração do atual defensor, afirmando que “coube à sua administração apenas realizar a licitação para a escolha de uma empresa responsável pela organização de eventos da Defensoria - ato formal, exigido por lei. É bem diferente da decisão gerencial sobre o quê, como e onde fazer, e qual o custo financeiro razoável".
“A declaração do defensor público geral soou como uma desculpa. É uma cortina de fumaça, aproveitando um assunto técnico (licitação), nem sempre compreendido corretamente pelo público leigo, para justificar o injustificável: a má aplicação do dinheiro público”, condenou a ex-defensora pública geral. 
Também na nota Macêdo salientou que o encontro, que reuniu cerca de 150 defensores, levou o “mínimo de prejuízo às atividades normais, ao evitar a suspensão de atividades e audiências”. A nota encerra afirmando que o compromisso da Defensoria é viabilizar novos concursos públicos e nomear novos defensores para garantir a atuação em mais comarcas. “Enquanto isso, temos que possibilitar a capacitação dos defensores em atividade, para que continue sendo oferecido um serviço de qualidade à população baiana, que depende da nossa instituição para a garantia dos seus direitos”, concluiu.

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