Justiça

Saul Quadros nega candidatura e critica atual gestão da OAB-BA: coisas terríveis

Publicado em 13/12/2016, às 17h59   Rafael Albuquerque


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Saul Quadros, ex-presidente da OAB-BA
O advogado Saul Quadros, que presidiu a seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA) entre 2007 e 2012, teve as contas de sua gestão aprovadas recentemente pelo Conselho Federal da OAB. Ao Bocão News, Quadros explicou a demora: “levou esse tempo todo porque a atual diretoria da seccional demorou de analisar nossas contas, pediram vistas umas três vezes. Mas quando chegou lá no Conselho Federal, foi aprovado por unanimidade, com voto de louvor e aplausos unânimes. Em época que só se fala em corrupção, sem falsa modéstia, é pra se aplaudir mesmo”.
Questionado sobre uma possível candidatura em 2018, o advogado não mostrou interesse na disputa: “rapaz, não estou pensando nisso, minha missão na Ordem está cumprida. É preciso, e eu não vou ficar de braços cruzados, cumprir o papel de fiscalizar as administrações posteriores na qualidade de ex-presidente”. O ex-presidente da OAB-BA salientou que tem visto “coisas terríveis” na atual administração, cujo presidente é o advogado Luiz Viana Queiroz. 

Luiz Viana, atual presidente da OAB-BA
“A OAB Bahia aumentou em 33%, de R$ 600 para R$ 800, a anuidade. Ao mesmo tempo estão colocando no Serasa e SPC os advogados que não estão pagando. A anuidade devida tem que ser paga. Alguns não pagam porque não querem, mas a maioria não paga porque não pode. Agora, a medida de você colocar uma pessoa que já está em situação financeira difícil no Serasa ou SPC só piora as coisas. É uma medida desumana”. 
Questionado sobre qual seria, então, a solução para reduzir a inadimplência, Quadros explicou: “tem que pagar, mas se não pagar a Ordem tem meios necessários internos e corporativos para resolver. A taxa de inadimplência na nossa gestão era menor. Eu tive oportunidade de ajuizar mais de 2 mil processos éticos-disciplinares suspendendo o advogado do exercício da profissão. Com isso, 80% pagaram e diminuímos a inadimplência para cerca de 14%”.
Para Saul, as medidas citadas acima “mereciam melhor reflexão dos atuais dirigentes da Ordem”: “e se tiverem juízo, devem suspender a negativação no SPC e Serasa”. Apesar de discordar com veemência, o advogado esclarece que “a Ordem não está cometendo nada errado do ponto de vista jurídico”. “Do ponto de vista profissional é complicado. Eu, se fosse presidente da Ordem, continuaria com a política que implantei, inclusive com a possibilidade de parcelamento e depois com ação na Comissão de Ética para o cancelamento do registro até que se resolva a situação. Da forma que está podemos dizer que é ‘além de queda, coisa’, coloca no SPC e aumenta a anuidade”, finalizou Saul Quadros, ex-presidente da OAB-BA.

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