Justiça

Caso Emanuel e Emanuelle: vou descansar quando vir Kátia Vargas presa, diz mãe

Publicado em 19/04/2017, às 12h46   Diego Vieira


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Quase quatro anos após a morte dos irmãos Emanuel Gomes, 21 anos, e Emanuelle, 23 anos, o desejo da enfermeira Marinúbia Gomes, mãe dos jovens, continua sendo o mesmo: justiça. No dia 11 de outubro de 2013, ela perdeu os únicos filhos em um acidente que repercutiu em todo o país. Os irmãos morreram depois que a moto em que eles estavam bateu em um poste em frente ao Ondina Apart Hotel, no bairro de Ondina, em Salvador. 

Uma das personagens principais desta trágica história é a médica Kátia Vargas Leal Pereira, 48 anos, acusada de provocar o acidente. Na época, testemunhas afirmaram que a oftalmologista fechou a passagem da moto pilotada por Emanuel, que levava a irmã na garupa. De acordo com a conclusão do inquérito policial e acusação do Ministério Público (MP), a colisão foi provocada de maneira intencional pela médica. Ela havia discutido com Emanuel perto de um sinal pouco antes do local do acidente. Imagens gravadas mostram o carro da acusada seguindo atrás da moto antes da batida.
Após o acidente, Kátia ficou internada no Hospital Aliança e saiu direto para o Presídio Feminino de Salvador, no Complexo Penitenciário da Mata Escura. Ela permaneceu presa por 58 dias, até o dia 16 de dezembro de 2013, quando teve o alvará de soltura assinado pelo juiz Moacyr Pitta Lima. Já em 2014, o Tribunal de Justiça da Bahia decidiu que a acusada fosse levada a júri popular, no entanto, o julgamento ainda não ocorreu.
Enquanto isso, a mãe dos jovens ainda aguarda a conclusão do caso. Em conversa com o Bocão News nesta terça-feira 

(18), Marinúbia contou como tem vivido nos últimos anos. "Nesses quase quatro anos, as palavras-chave que tenho levado comigo é luta, fé e força. Apesar disso, meu sentimento é de desesperança e desilusão, mas mesmo assim, eu não vou desistir", disse a enfermeira que aproveitou para pedir celeridade no caso. "Não estou pedindo nenhum favor a Justiça. Os meus filhos eram cidadãos corretos que trabalhavam e pagavam os seus impostos. Eles foram assassinados em via pública e o Estado me deve isso", desabafou.
Bastante emocionada, Marinúbia ainda contou como a morte dos filhos interferiu em sua vida profissional e pessoal. "Tudo de bom que eu tinha, eu já perdi. Até o meu emprego eu pedi para sair, por que eu não tenho mais condições psicológicas para trabalhar. Kátia Vargas fez um grande estrago com a minha família e ela deve responder por isso", declarou a enfermeira que concluiu com um desabafo: "Quero dizer a Kátia Vargas que ela não fique tranquila, porque meu coração não está quieto, e eu só vou descansar no dia que eu vir ela julgada, condenada e presa. É por isso que estou viva e vou cobrar até o fim".
Em dezembro do ano passado, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) realizou a reconstituição do crime. A ação reuniu a presença de 16 peritos, policiais, fotógrafos e professores da Universidade Federal da Bahia. 
Ao Bocão News, o promotor Davi Gallo Barouh relatou que os laudos periciais da reconstituição ainda não foram encaminhados à Justiça, o que acabou atrasando ainda mais a realização do júri popular. "Inexplicavelmente, até o momento a Polícia Técnica não encaminhou os laudos da perícia para a vara responsável pelo caso. Só dependemos disso, para que a juíza responsável marque a data do julgamento. Fico revoltado porque não tem necessidade nenhuma deste processo protelar", disse.
Ainda segundo o promotor, tudo indica que a médica será condenada. "Nós temos provas testemunhais e periciais. O conjunto dessas provas, não dá outra alternativa a não ser a condenação da médica Kátia Vargas".
Matéria publicada originalmente no dia 18 de abril de 2017

Classificação Indicativa: Livre

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