Justiça

Advogada diz que pai fugiu com a filha de 6 anos para proteger a criança de agressões

Reprodução
Segundo Cristina David, Danilo Alves Soares acredita na prisão, mas quer garantias para a menina   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 24/11/2017, às 12h31   Vinícius Ribeiro



Com a prisão decretada no início deste mês, Danilo Alves Soares, de 36 anos, segue foragido da Justiça. Em setembro deste ano, ele fugiu do distrito de Posto da Mata, em Nova Viçosa, no Sul da Bahia, após um laudo pericial comprovar lesões na perna da filha, Luana Chalá, de apenas 6 anos de idade. As agressões, conforme os relatos da garota, teriam sido provocadas pelo atual marido de Raquel Chalá, ex-mulher de Danilo. "Ele me bateu", teria revelado a menina ao pai. 

De acordo com a defesa do foragido, desde o ano passado que ele vinha buscando judicialmente a guarda compartilhada da menina. Porém, após a mãe reter a filha por dois meses e a suspeita de agressões, Danilo passou a pedir a guarda provisória para apurar a veracidade do fato. Em entrevista ao BNews, a advogada Cristina David contou que o caso foi enquadrado como "estupro de vulnerável" na delegacia, de onde foi expedida uma guia para perícia. 

"Graças a Deus não houve indício de abuso sexual, mas o laudo pericial constata as manchas roxas pelo corpo da menina. Seria necessário que o inquérito tivesse continuidade e fosse encaminhado à Justiça, que apurasse o fato e ouvisse o agressor e que a menina fosse acompanhada por um assistente social, um psicólogo", apontou Cristina, afirmando que a falta de intervenção da Justiça na apuração do caso teria motivado a fuga do pai, que residia em Teixeira de Freitas antes da fuga.  

"Um pai não correria tanto risco se não acreditasse na versão da filha e não tivesse provas de que alguma agressão aconteceu. Ele fugiu no sentido proteger a criança, temendo que a menina voltasse para a casa materna e conviver com o agressor", disse. 

"Eu sei que serei preso"

A prisão de Danilo foi decretada pelo juiz substituto da 2º Vara Cível de Teixeira de Freitas, Humberto José Marçal. A advogada ainda revelou que Danilo chegou a recorrer ao Cedeca (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente da Bahia) para obter assistência para a filha, mas desistiu após a ordem de prisão. 

"Nestas próximas semanas, sem dúvidas, ele retornará a Teixeira de Freitas, mas depois que for dada a ele alguma garantia judicial. Ele, inclusive, já me disse: 'Eu sei que serei preso, eu não vou resistir, mas no momento que eu for preso, minha filha será entregue à Justiça, e a Justiça determinará com quem ela vai ficar, se com a mãe ou entregue a alguma instituição'", adiantou Cristina David. 

Ao BNews, a advogada disse que Raquel Chalá reatou o relacionamento com o companheiro, de prenome Erivelton, após se divorciar de Danilo. Segundo Cristina, os dois haviam se relacionado anteriormente, quando Raquel, em 2009, teria registrado uma queixa na delegacia por agressão.

"A menina diz que fala para minha mãe, mas ela não acredita. Como é que uma criança, apesar da pouca idade, enfatiza tanto isso e a mãe não acredita? Será que ela tem medo dele?", questionou Cristina David.

A advogada contou que Danilo está desempregado e se mantém com a filha com as reservas do último emprego.  

Notícia relacionada:

Homem tem prisão decretada após fugir com a filha de 6 anos no sul da Bahia

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp