Justiça

Marcelo Odebrecht afirma que cunhado destruiu provas, diz jornal

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Publicado em 04/02/2018, às 07h41   Redação BNews


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Em depoimento à Polícia Federal, empreiteiro revelou que houve tentativa de acabar com o chamado Setor de Operações Estruturadas, mais conhecido como departamento de propinas da empresa

Em depoimento prestado à Polícia Federal, que continua sob sigilo, Marcelo Odebrecht diz que seu cunhado e vice-presidente jurídico do grupo, Maurício Ferro, ajudou a acabar com o chamado Setor de Operações Estruturadas, mais conhecido como departamento de propinas da empresa. A informação é do jornal Folha de São Paulo.
O pedido feito a Ferro era para que ele saneasse e extinguisse o tal departamento.

Ferro não faz parte do grupo de 78 delatores da Odebrecht após o acordo que a empresa fechou com a Procuradoria-Geral da República em dezembro de 2016. 

Desde 2013, ele é vice-presidente jurídico do grupo Odebrecht, o mesmo cargo que ocupou antes na Braskem, petroquímica formada pela Odebrecht e Petrobras que também se envolveu em corrupção e fez acordo para se livrar dos processos. Segundo Marcelo, ele próprio pediu que Ferro desse fim ao departamento quando ainda presidia o grupo, no começo de 2015. 

O Setor de Operações Estruturadas era subordinado diretamente a Marcelo.

O executivo foi preso em junho de 2015, ficou dois anos e meio detido em Curitiba e foi colocado em prisão domiciliar pouco antes do último Natal por causa do acordo que a empresa assinou.

Marcelo prestou o depoimento em que fala do cunhado em dezembro, pouco antes de deixar a carceragem da Polícia Federal.

Ao todo, ele deu informações complementares sobre dez temas que aparecem na delação do grupo, segundo a Folha apurou com profissionais que acompanharam o acordo.

O desmantelamento do departamento de propina pode, em tese, ser interpretado como um ato de obstrução de Justiça. Chamado no Código Penal de crimes contra a administração de Justiça, ele é punido com pena de prisão de três a oito anos.

Na operação para acabar com o setor, algumas chaves de acesso aos arquivos secretos da Odebrecht foram apagadas, segundo documento do Departamento de Justiça dos EUA, onde a Odebrecht e a Braskem também fizeram acordo para se livrar de processos naquele país.

Segundo o relato que está no documento americano, dois executivos que trabalhavam no departamento de propina viajaram para os EUA com o objetivo de dar cabo do sistema eletrônico que a empresa usava para manter os pagamentos ilícitos em sigilo.

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