Justiça

Mentira em reportagem: Justiça condena diretor da IstoÉ por difamação

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A falsa acusação teria sido publicada em uma edição de junho de 2016  |   Bnews - Divulgação Arquivo/Agência Brasil

Publicado em 29/01/2019, às 23h06   Redação BNews


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Em decisão judicial, a revista IstoÉ foi acusada de mentir e de cometer crime ao declarar, sem nenhum indício, que o ex-ministro da Justiça José Eduardo Martins Cardozo tramou para obstruir a Justiça. A juíza Roberta de Toledo Malzoni Domingues, do Foro Regional da Lapa (SP), condenou o diretor de redação Sérgio Pardellas à prisão em regime aberto por difamação, mas a pena foi substituída por multa de dez salários mínimos, que devem ser pagos a Cardozo.

A mentira teria sido publicada em uma edição de junho de 2016, na qual a revista alega que Cardozo obstruía a Justiça e só não havia nenhuma ação penal contra ele porque o então procurador-geral, Rodrigo Janot, teria outras pessoas como foco.

Como prova, a publicação teria assegurado que havia um áudio demonstrando a obstrução realizada por Cardozo. A juíza, no entanto, destacou que nunca nenhum áudio foi apresentado para comprovar o que a reportagem declara.  Ao ser questionado, o jornalista assegurou à magistrada que o áudio não existe.

"Não há como se admitir o uso de inveracidades para exprimir opiniões e ideias, sob pena de se incidir em falta de ética jornalística e até mesmo na prática de ilícito cível e criminal", definiu a juíza. Na avaliação dela, ficou configurado o crime de difamação, já que o jornalista atribuiu falsamente ao ex-ministro um fato ofensivo à sua reputação.

O advogado do ex-ministro, Fábio Simantob, afirmou que não se pode “condescender com nenhuma forma de censura à imprensa, na mesma medida em que não podemos tolerar o abuso do poder de informar. A imprensa não pode tudo; não pode mentir".

Classificação Indicativa: Livre

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