Justiça

Janot afirma que diálogos de Moro e Dallagnol são graves mas não anulam condenações da Lava Jato

Antonio Cruz/Agência Brasil
"A essa altura, eu não acho que o processo, especificamente o do Lula, que já passou por mais de uma instância, que você possa dizer que houve a contaminação por parcialidade. Agora, que não é comum, não é", opinou o ex-procurador-geral da República   |   Bnews - Divulgação Antonio Cruz/Agência Brasil

Publicado em 01/07/2019, às 09h20   Redação BNews


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Em entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico nesta segunda-feira (1º), o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot disse que as informações divulgadas até aqui pelo jornal The Intercept Brasil são graves, mas não seriam suficientes para anular a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex. O site The Intercept Brasil tem publicado uma série de mensagens trocadas entre o ministro da Justiça, e ex-juiz da Operação Lava Jato, Sergio Moro; o procurador da Força Tarefa, Deltan Dallagnol; e outros membros da Ministério Público Federal (MPF).

O conteúdo revela que Moro interferia no trabalho dos procuradores, sugerindo testemunhas e inversão na ordem das operações, por exemplo. Janot argumenta que a sentença do então magistrado foi confirmada em outras instâncias. "A essa altura, eu não acho que o processo, especificamente o do Lula, que já passou por mais de uma instância, que você possa dizer que houve a contaminação por parcialidade. Agora, que não é comum, não é", opinou.

Durante a conversa, ele recorda que costumava ter conversas com o então relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki, nos termos normais que "um advogado, tem com o relator, ou com o juiz". Quationado sobre a possibilidade de mensagens pessoais suas serem vazadas do período em que era Procurador-geral da República, Janot se disse "tranquilíssimo".

"Se eu mandei três mensagens no WhatsApp para o Teori [Zavascki], foi muito, e nunca ele interferia no meu trabalho e eu no trabalho dele. Agora, eu mandava alguns avisos. 'Chegou na minha mão uma bomba e eu queria que o senhor tomasse conhecimento disso'", recorda. Ele acrescenta que conversava muito com pessoas da sua equipe e com gente da operação Lava-Jato em Brasília.

Segundo Janot, muitas das conversas eram "pesadas" – com muitos palavrões e críticas ácidas. Após se aposentar em 25 de abril, ele inaugurou um escritório de advocacia em Brasília.

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