Justiça

Contradição de Janot é explorada por Lula em ação que pede suspeição de procuradores do STF

Lula Marques
Na obra, Janot diz ter repreendido integrantes da força-tarefa por ignorarem limites impostos pelo Supremo   |   Bnews - Divulgação Lula Marques

Publicado em 02/10/2019, às 07h00   Painel, Folhapress


FacebookTwitterWhatsApp

Uma contradição revelada no livro do ex-procurador-geral Rodrigo Janot vai alimentar o pedido de suspeição dos procuradores de Curitiba, feito no STF, por Lula. Na obra, Janot diz ter repreendido integrantes da força-tarefa por ignorarem limites impostos pelo Supremo na formulação da primeira denúncia contra o petista. À corte, porém, em 2016, quando advogados do ex-presidente questionaram Teori Zavascki sobre o ato da Lava Jato, o então chefe da PGR defendeu a conduta dos colegas.

No livro, Janot narra uma conversa tensa com Deltan Dallagnol e outros procuradores que, segundo diz, o pressionavam a denunciar Lula antes de outros investigados para dar sustentação à acusação que haviam feito, dias antes, no caso do tríplex.

“Dallagnol e os demais colegas tinham vindo cobrar uma inversão da minha pauta de trabalho. Eles queriam que eu denunciasse imediatamente o ex-presidente Lula por organização criminosa, nem que para isso tivesse que deixar em segundo plano outras denúncias”, diz Janot.

Janot registra que a dura conversa ocorreu dias após a Lava Jato denunciar Lula, no dia 14 de setembro. No auge da discussão, acusado de interferir no trabalho de Curitiba, Janot rebateu: “O ministro Teori excluiu expressamente a possibilidade de vocês investigarem e denunciarem Lula por crime de organização criminosa, que seguia no Supremo. E vocês fizeram”.

Para Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente, o episódio mostra que “todos os abusos identificados e formalizados por meio de recursos no Judiciário não prosperaram porque havia essa dinâmica interna”.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp