Justiça

Caso Marielle: Moro fala em "equívoco" de investigação e pede abertura de inquérito à PGR

Antonio Cruz/ Agência Brasil
Para ministro, depoimento pode ser “tentativa de envolvimento indevido" do nome de Bolsonaro no crime   |   Bnews - Divulgação Antonio Cruz/ Agência Brasil

Publicado em 30/10/2019, às 12h27   Redação BNews



O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, pediu nesta quarta-feira (30) ao procurador-geral da República, Augusto Aras, abertura de inquérito para investigar o depoimento do porteiro do condomínio do presidente Jair Bolsonaro, que o implica no caso da morte da vereadora Marielle Franco.

Em ofício encaminhado ao chefe da PGR, Moro fala em “equívoco” na condução das investigações feitas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro ou “tentativa de envolvimento indevido do nome do Presidente da República no crime em questão”. 

Em reportagem exibida nesta terça (29), o Jornal Nacional mostrou que registros da portaria do Condomínio Vivendas da Barra, onde mora o principal suspeito de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, Ronnie Lessa – é o mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro tem casa.

O porteiro disse em depoimento à polícia que, horas antes do assassinato, em 14 de março de 2018, o outro suspeito do crime, Élcio de Queiroz, entrou no condomínio e disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro. Mas os registros de presença da Câmara dos Deputados mostram que Bolsonaro estava em Brasília no dia.

Para Moro, a menção a Bolsonaro pode configurar crime de obstrução à Justiça, falso testemunho ou denunciação caluniosa, o que, por envolver um presidente, levaria a competência do caso para a Justiça Federal e, por conseguinte, ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal. 

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