Justiça

La Vue: Geddel pede que Temer não vá depor nesta quinta-feira, mas juíza nega

Agência Brasil
Ex-ministro é acusado de ameaçar Marcelo Calero para a liberação de empreendimento  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 07/11/2019, às 10h04   Yasmin Garrido


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O ex-ministro Geddel Vieira Lima teve mais uma derrota na Justiça. Desta vez, o emedebista solicitou a desistência do ex-presidente Michel Temer como testemunha no caso que investiga suposta ameaça feita pelo baiano ao ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, no caso do edifício La Vue, na Ladeira da Barra, em Salvador.

A juíza Diana Wanderlei, da 5ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, negou o pedido feito pela defesa de Geddel e alegou que a oitiva de Temer, que acontece à 14h desta quinta-feira (7), “é peça chave para o deslinde da controvérsia, uma vez que está envolvido no contexto dos fatos narrados”.

Ainda de acordo com ela, a possível ameaça feita para pressionar a liberação do empreendimento imobiliário aconteceu durante o mandato do ex-presidente, tendo sido ele “citado tanto pelo autor quanto pelo réu”.

A magistrada ainda deu um ‘sermão’ à defesa do ex-ministro baiano. “Pondero também às partes que é defeso condutas que venham a tumultuar o processo, não estando à livre disposição das partes acarretar custas e empenhos do Poder Judiciário, com gastos do dinheiro público, para, na véspera da audiência, simplesmente, sem justificativa, requerer desistência de testemunha já intimada e com toda a estrutura de videoconferência realizada para a sua oitiva”, escreveu.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Geddel teria exigido que Marcelo Calero produzisse parecer técnico favorável a ele para liberar as obras do empreendimento de luxo, no qual o emedebista já tinha adquirido uma unidade habitacional no 23º andar do prédio.

Ainda segundo informação da denúncia, o MPF destacou que Geddel ameaçou Calero e chegou a dizer que “iria 'pedir a cabeça' da presidente do Iphan Nacional ao presidente da República - Michel Temer -, caso não atendesse à sua solicitação de liberar o empreendimento sem a redução da altura".

O caso culminou com a saída de Geddel do governo, em novembro de 2016, e com o embargo da obra do La Vue pelo Iphan. Desde o início, a defesa de Geddel nega que ele tenha exercido influência política pela liberação do empreendimento.

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