Justiça

Operação Faroeste: “Esse valor milionário jamais passou por minha conta”, afirma advogado

Agência Brasil
João Carlos Novais é um dos investigados na operação e já foi alvo de busca e apreensão  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 21/12/2019, às 14h04   Yasmin Garrido


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O advogado João Carlos Novais, um dos investigados no âmbito da Operação Faroeste, deflagrada pela Polícia Federal para apurar esquema de venda de sentenças entre membros do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), afirmou que jamais teve em conta o valor de R$ 29 milhões, quantia que consta no inquérito e que levou ao cumprimento de mandados de busca a apreensão na casa e escritório dele na última quinta-feira (19).

Em conversa com o BNews, o advogado ainda contou que enviou, no dia 4 de dezembro, uma petição à delegada federal Luciana Matutino Caires, responsável pelas investigações, contendo esclarecimentos acerca das acusações que lhe foram imputadas.

Segundo João Carlos, apesar de advogar para outros investigados no caso de suposta grilagem no oeste baiano, ele nunca teve relação e sequer conheceu os desembargadores e juízes acusados de favorecimento.

“Vossa Excelência, há de convir que trata-se de uma soma estratosférica e que foge completamente ao padrão de vida do subscritor, pois é um Advogado com um escritório profissional de médio porte no Centro da cidade de Salvador”, escreveu. Ele possui escritório localizado na Rua Chile, onde os agentes federais estiveram na última quinta.

João Carlos Novais também esclareceu que “todos os telefones da sua família e funcionários, bem assim do escritório de advocacia, encontram-se sob interceptação telefônica”, o que demonstra a vontade dele de cooperar com as investigações, “dentro dos limites do exercício da advocacia”.

O advogado disse que requereu acesso aos relatórios da Unidade de Inteligência Financeira (UIF), antigo Coaf. “Eu quero ter acesso aos autos onde estão esses valores. Nunca tive R$ 29 milhões, senão a Receita Federal já teria pego a mim. Sou um advogado mediano, que vivo uma vida simples, tudo dentro do meu patamar. Tenho 35 anos de profissão, não sou conhecido na área e, atualmente, atuo nas áreas cível e consumidor”, declarou ao BNews.

Por fim, João Carlos afirmou que, durante o cumprimento dos mandados, a polícia não encontrou nada suspeito. “Eles foram ao meu escritório e minha casa, mas não acharam nada. Eu já sabia que os mandados seriam expedidos em algum momento, porque vi que meu nome tinha sido envolvido nas investigações. Estou cooperando para resolver essa questão”, concluiu.

Na última fase da Operação Faroeste, deflagrada pela Polícia Federal na última quinta-feira, foram expedidos quatro mandados de busca e apreensão, sendo que dois foram cumpridos na casa e escritório de João Carlos, e os outros dois no apartamento e loja do joalheiro Carlos Rodeiro.

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