Justiça

Moro reage "indignado e perplexo" com manobra de Aras em acordo de delação

Agência Brasil
Procurador-geral da República reabriu negociações para delação que mira um amigo do ex-ministro  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 03/06/2020, às 11h15   Redação BNews



Sergio Moro reagiu com "perplexidade e indignação" à manobra do procurador-geral da República, Augusto Aras, para reabrir a negociação de um acordo de delação premiada com o advogado Rodrigo Tacla Duran, que mira um amigo do ex-ministro.

Em nota, Moro escreveu: "causa-me perplexidade e indignação que tal investigação, baseada em relato inverídico de suposto lavador profissional de dinheiro, e que já havia sido arquivada em 2018, tenha sido retomada e a ela dado seguimento pela atual gestão da Procuradoria-Geral da República logo após a minha saída, em 22/04/2020, do Governo do Presidente Jair Bolsonaro". (veja abaixo)

Os fatos relatados se referem ao advogado Carlos Zucolotto, que é padrinho de casamento de Moro e amigo próximo dele. Tacla Duran relata ter pago US$ 5 milhões ao advogado em troca de obter condições favoráveis na negociação de sua delação com a Lava-Jato em 2016, como a diminuição do valor de sua multa, acordada inicialmente em R$ 55 milhões.

Leia a íntegra da nota

“Os relatos de Rodrigo Tacla Duran sobre a suposta extorsão que teria sofrido na Operação Lava Jato, com envolvimento de um amigo pessoal, Carlos Zucolotto Júnior, já foram investigados na Procuradoria-Geral da República e foram arquivados em 27/09/2018, com parecer do então Vice-Procurador-Geral da República (Notícia de fato 1.00.000.010357/2018-88).

Na ocasião, o relato não verdadeiro prestado por acusado foragido do país teve o destino apropriado: o arquivamento. Como sempre frisei, ninguém está acima da lei, por tal razão, disponho-me a prestar qualquer esclarecimento que se vislumbre necessário sobre os fatos acima. Contudo, causa-me perplexidade e indignação que tal investigação, baseada em relato inverídico de suposto lavador profissional de dinheiro, e que já havia sido arquivada em 2018, tenha sido retomada e a ela dado seguimento pela atual gestão da Procuradoria-Geral da República logo após a minha saída, em 22/04/2020, do Governo do Presidente Jair Bolsonaro.

Lamento, outrossim, que mais uma vez o nome de um amigo seja utilizado indevidamente para atacar a mim e o trabalho feito na Operação Lava Jato, uma das maiores ações anticorrupção já realizadas no Brasil.”

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