Justiça

Deputados petistas do Piauí usaram cota para alugar carros de empresas investigadas por fraude no Fundeb

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Os deputados Assis Carvalho, morto no início do ano, e seu suplente Merlong Solano, ambos do PT do Piauí, repassaram, juntos R$ 168 mil a uma das empresas  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 29/07/2020, às 08h42   Redação BNews


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Ao menos dois deputados usaram a cota parlamentar para alugar carros de empresas investigadas junto com a deputada Rejane Dias (PT-PI) por corrupção no transporte escolar no Piauí. Os deputados Assis Carvalho, morto no início do ano, e seu suplente Merlong Solano, ambos do PT do Piauí, repassaram, juntos R$ 168 mil a uma das empresas. 

A maior parte do gasto foi feita por Assis Carvalho. Entre agosto de 2017 e dezembro de 2018, ele pagou R$ 10,4 mil por mês à BR Locadora, num total de R$ 156 mil. Merlong pagou R$ 12 mil à empresa em duas parcelas, entre abril e maio do ano passado.

Os links para as notas fiscais, que permitem ver que carros foram alugados, não estão funcionando no site da Câmara. Merlong não tinha atuação forte como deputado. Só assumiu a cadeira em 8 de julho, depois da morte de Assis Carvalho.

Antes disso, tirou diversas licenças da suplência para assumir a Secretaria de Governo do Piauí e a Secretaria de Administração, sempre nos governos Wellington Dias – de quem é considerado “amigo irmão”.

A BR Locadora, fornecedora do serviço aos deputados tem contratos com o governo do Piauí desde que abriu, em 2009. Hoje, a empresa é uma das investigadas por desvios de dinheiro do Fundeb no Piauí durante a gestão de Rejane Dias na Secretaria de Educação. Rejane é mulher do governador Wellington Dias.

Segundo investigações da Polícia Federal na Operação Topique, a BR Locadora divide com a Locar Transportes os maiores contratos na área de transporte no governo do Piauí. Ambas participam de todas as licitações do estado e uma das duas sempre sai vencedora, diz a PF.

A Locar Transportes é de propriedade de Luiz Carlos Magno Silva, acusado de ser o líder da organização criminosa de fraudes a contratos na área do transporte escolar do Piauí.

As investigações da Tropique descobriram diversos pagamentos da Locar ao advogado Germano Tavares Pedrosa e Silva, que defende a BR Locadora e é sócio de outra empresa investigada no esquema.

De acordo com a PF, Luiz Carlos Magno, da Locar Transportes tinha uma “relação negocial” com Rejane Dias, que começou em 2013, quando eles montaram um esquema de rachadinha no gabinete dela na Assembleia Legislativa do Piauí com contratos de aluguel de carros.

A assessoria de Merlong disse que “cumpre rigorosamente o Ato 43/2009 da Câmara, que disciplina o uso da cota para exercício de atividade parlamentar, não havendo, portanto, qualquer espaço para ilações, uma vez que o serviço foi contratado e executado dentro dos limites legais”.

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