Fux promete não permitir obstruções ao combate a corrupção durante seu mandato a frente do STF

O recém-empossado presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) ministros Luiz Fux disse nesta quinta (10) que sua gestão não medirá esforços para fortalecer o combate à corrupção, que em sua opinião ainda circula por “ambientes pouco republicanos” do País.

“Como no Mito da Caverna de Platão, a sociedade brasileira não aceita mais o retrocesso institucional da escuridão. Nessa perspectiva, não admitiremos qualquer recuo no enfrentamento da criminalidade organizada, da lavagem de dinheiro e da corrupção”, disse.

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Ele acrescentou que não encontrarão nele qualquer tolerânica na “criativa exegese do direito”, e prometeu não permitir obstruções aos “avanços que a sociedade brasileira conquistou nos últimos anos” - em referência à operação Lava Jato e ao julgamento do Mensalão.  

Vale lembrar que em troca de mensagens privadas reveladas pelo site The Intercept Brasil, o procurador Deltan Dallagnol relatou detalhes de uma conversa em que Fux declarou que a força-tarefa da Lava Jato poderia contar com ele "para o que precisar". 

Ao saber disso, o então juiz - e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro - Sergio Moro escreveu:"Excelente. In Fux we trust". Em bem português: Em Fux nós confiamos.

O novo presidente também disse que fará uma administração colegiada para ampliar medidas de modernização no Supremo - com o objetivo de abreviar a burocracia -, e prestou tributo às vítimas da Covid-19, bem como aos seus familiares. Na ocasião, ele disse que assume o cargo em um momento “dramático”, provocado pela pandemia. 

“Não desperdiçaremos a possibilidade de sermos melhores e mais solidários”, opinou. Ele e a ministra Rosa Weber assinaram os termos de posse de seus cargos de presidente e vice-presidente do STF para o biênio 2020-2022 na tarde desta quinta-feira. Na ocasião, ambos também assumiram os mesmos cargos no Conselho Nacional de Justiça.

Ambos assinaram seus termos de posse durante cerimônia presencial na sede da corte, com as presenças dos presidentes da República, da Câmara e do Senado - Jair Bolsonaro (sem partido), Rodrigo Maia (DEM) e Davi Alcolumbre (DEM), respectivamente. 

Antes do pronunciamento de Fux, também se manifestaram, nesta ordem, o procurador-geral Augusto Aras - em nome do MInistério Público - e o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.