Justiça

PGR é contra indiciamento de Renan Calheiros feito por delegado da PF

Marcelo Carmargo/Agência Brasil
Para o órgão, investigações em inquéritos que tramitam no STF são de competência exclusiva da própria Procuradoria-Geral.   |   Bnews - Divulgação Marcelo Carmargo/Agência Brasil

Publicado em 28/08/2021, às 16h00   Redação Bnews


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A Procuradoria-Geral da República (PGR), por meio da subprocuradora-geral Lindôra Maria Araújo, se manifestou contra o indiciamento do senador Renan Calheiros (MDB-AL) em inquérito da Polícia Federal (PF) conduzido pelo delegado da Polícia Federal Vinicius Venturini. O pedido foi pela defesa do parlamentar.

O inquérito da PF que resultou no indiciamento foi aberto em 2017 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, com base na delação premiada de executivos da Odebrecht.

Segundo a defesa do senador, o indiciamento do relator da CPI da Covid-19 pela suposta prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ocorreu apenas com base em apenas no depoimento de delatores.

O advogado de defesa de Renan Calheiros, Luis Henrique Machado, entrou com uma ação no STF contra o delegado Vinicius Venturini alegando abuso de autoridade, sob o fundamento de que a PF não tem competência para indiciar senadores da República, conforme jurisprudência pacífica do próprio STF.

Em seu parecer, Lindôra Maria Araújo concorda com o entendimento da defesa do senador e ressalta que investigações em inquéritos que tramitam no STF é atribuição exclusiva do procurador-geral da República.

"Ato de indiciamento em inquérito que apura suposta infração cometida por parlamentar federal realizado por autoridade policial é absolutamente nulo, com manifesta violação da competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal", diz trecho do documento.

A subprocuradora destaca também que somente denúncia do Ministério Público gera a instauração de processo criminal ainda cita entendimento do então ministro do Supremo, Teori Zavascki, falecido em 2017, de que o ato de indiciar, nos inquéritos penais de competência originária de tribunais, acaba não tendo qualquer relevância jurídico-penal, prestando-se à exclusiva consequência de estigmatizar o ocupante do cargo, sem o prévio e devido exame judicial.

Lindôra Maria Araújo afirmou que a PGR irá oficiar o Ministério Público Federal para apuração da suposta prática do crime de abuso de autoridade pelo delegado da PF Vinícius Venturini.

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