Justiça

Senador registra queixa contra homem que expôs seu filho nas redes sociais

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Publicado em 15/11/2021, às 21h30   Mônica Bergammo, da Folha de S. Paulo


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O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) procurou a Superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo nesta segunda (15) para fazer um boletim de ocorrência contra um homem que expôs seu filho Gabriel, de 7 anos, em postagem nas redes sociais.

O parlamentar estava na Praia de Itapuã, em Vila Velha, quando foi fotografado por um homem identificado como Giovani Loureiro. A imagem foi publicada por ele em seu perfil nas redes sociais junto a um texto que chamava Contarato de "lixo" e dizia que o parlamentar usava seu filho para "fazer marketing".

"Eu agora a pouco [sic] na minha praia e vem esse infeliz " [sic] sem vergonha, e ainda traz o filho adotivo pra fazer 'marketing'! Aqui no ES esse Senador de merda jamais será reeleito!!! Fora Contarato!! Lixo", afirmou Loureiro na postagem.

"Não tolerarei qualquer ato de agressão aos meus filhos e à minha família. Não me intimidarão com esses ataques desprezíveis: registrei um boletim de ocorrência na Polícia Federal, neste fim de tarde, e providenciarei a responsabilização do autor desta agressão", diz Fabiano Contarato, em nota enviada à coluna.

O senador ainda classifica a publicação como "ultraje gratuito" contra Gabriel. "Foi menoscabado apenas por ser meu filho e, sobretudo, por ser fruto de uma adoção", afirma.

"Espero que, caso o senhor Giovani Loureiro seja pai, possa refletir sobre a sua infâmia e não repita essa vileza contra crianças inocentes, que não podem ser detratadas por querelas da política partidária: os interesses de menores indefesos devem ser colocados acima de tudo isso", segue Contarato.

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Leia, abaixo, a íntegra da nota enviada pelo senador Fabiano Contarato:

"Após cumprir missão oficial na COP-26 e passar dias longe de minha família, recebi, na manhã de hoje, um pedido irrecusável do meu filho Gabriel, de 7 anos: "Papai, me leva na praia pra fazer castelinho de areia!", disse ele.

Já fui vítima de inúmeros radicais bolsonaristas, que se sentem autorizados a assediar aqueles que rejeitam suas teses políticas anti-civilizatórias.

Ainda que ninguém tenha direito de constranger alguém por divergências políticas, sempre entendi se tratar de um preço a ser pago por ter optado pela vida pública.

Receando alguma intercorrência dessa natureza, assenti ao pedido de meu filho, advertindo-o de que teríamos que deixar a praia, caso alguém decidisse nos molestar durante o passeio. Fomos, então, à Praia de Itapuã, hoje (15/11), por volta das 11h30, e fiquei feliz por proporcionar esse momento módico de lazer ao meu pequeno Gabriel.

Tudo parecia correr bem: retornamos, após esse breve passeio recreativo, sem qualquer inconveniente. Mas, algumas horas depois, recebi um print, primeiro no Whatsapp e, após, em minha conta no instagram, dando conta de uma postagem preconceituosa que destilava a inadmissível ira do bolsonarismo contra meu pequeno Gabriel.

A postagem do Sr. Giovani Loureiro, um suposto corretor de imóveis que atua em minha cidade, me chamava de "lixo", "traidor", "infeliz", "sem vergonha" e "senador de merda". Nada foi tão doloroso, porém, quanto ver seu ultraje gratuito contra o Gabriel, uma criança inocente de 7 anos, que teve sua imagem exposta nas redes e foi menoscabado apenas por ser meu filho e, sobretudo, por ser fruto de uma adoção. O ódio é uma doença perversa: desumaniza suas vítimas e as submete a toda sorte de violência.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu art. 18, diz ser "dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor".

Advirto que não tolerarei qualquer ato de agressão aos meus filhos e à minha família. Não me intimidarão com esses ataques desprezíveis: registrei um boletim de ocorrência na Polícia Federal, neste fim de tarde, e providenciarei a responsabilização do autor desta agressão.

Espero que, caso o Sr. Giovani Loureiro seja pai, possa refletir sobre a sua infâmia e não repita essa vileza contra crianças inocentes, que não podem ser detratadas por querelas da política partidária: os interesses de menores indefesos devem ser colocados acima de tudo isso.

Em minha casa, o amor sempre vencerá o ódio!

Fabiano Contarato"

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