Mesmo após a decisão judicial que, no dia 11 de abril de 2013, determinou a nulidade do acordo firmado entre o Sindicato dos Estivadores de Salvador e a operadora Tecon Salvador, concessionária do Porto da Salvador, os 130 estivadores avulsos do porto da cidade continuam sem poder trabalhar. Os desembargadores consideraram procedente a ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) e os trabalhadores deveriam já estar operando nos navios, até que uma nova negociação seja feita. Mas a Tecon Salvador “deu de ombros” para o Judiciário e continua impedindo que os pais e mães tirem o sustento de suas famílias com o trabalho no porto. “Eles estão desafiando uma ordem judicial. É um absurdo porque, enquanto isso, pais e mães de família continuam sem poder trabalhar. Estamos juntando documentos e vamos apresentar ao MPT. Esperamos que eles cumpram o que determinou a Justiça. Se não cumprirem faremos uma manifestação e pararemos o Comércio”, declarouo presidente do Sindicato dos Estivadores de Salvador, Antonio Correia, em entrevista ao Bocão News.
No acordo que foi anulado pela Justiça, os estivadores poderiam trabalhar em um a cada quatro navios que aportassem em Salvador. Com a determinação, fica valendo o acordo anterior, com efeito retroativo, em que os trabalhadores podem trabalhar em todos os navios.
Angústia dos estivadores
O Bocão News acompanha o sofrimento dos estivadores há muito tempo. No dia 13 de dezembro de 2011, publicou a reportagem intitulada “Preço da modernidade: 130 estivadores perdem trabalho no Porto de Salvador”. Na oportunidade, este site denunciou que, com a compra de novos equipamentos pelo Governo do Estado, a Tecon Salvador “aproveitou” apenas de 50 do total de 180 trabalhadores que prestavam serviços sem vínculo empregatício. Muitos com mais de 30 anos de trabalho no porto foram descartados. O Bocão News continuará acompanhando o problema trabalhista dos estivadores até que a solução do impasse seja definitiva. Enquanto a Tecon continua “dando de ombros” para a decisão judicial, os 130 pais e mães de família, sem trabalhar, esperam pelo fim da agonia.
A reportagem deste site tentou contato com a Tecon Salvador para que o não-cumprimento da decisão judicial fosse explicado, mas, até o fechamento desta reportagem, não obteve resposta.
Nota originalmente postada às 19h do dia 14