Justiça

Adoção: Justiça destaca aumento e mudança no perfil desse processo

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O programa 'em Busca de um Lar' do TJDFT tem estimulado a sensibilização para a mudança no perfil do processo de adoção  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Pixabay

Publicado em 20/01/2023, às 17h42   Cadastrado por Lorena Abreu


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O número de crianças e adolescente acolhidos em adoção voltou a crescer em 2022. As informações são do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com base na constatação do feito pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).

Ao todo, 66 meninas e meninos ganharam um novo lar no ano passado, superando os 59 de 2021. Para além do aumento quantitativo, a Seção de Colocação em Família Substituta da 1ª Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal (SEFAM/1ª VIJ-DF) destaca que os dados refletem uma incipiente mudança qualitativa no perfil dos adotados.

Em 2021, não foi acolhido nenhum grupo numeroso de irmãos, ou seja, com três ou mais crianças. Em 2022, eles voltaram a figurar nas estatísticas – com a adoção de um grupo de três e outro de quatro. Ainda houve pequeno aumento na adoção de jovens com mais de 12 anos, com três acolhimentos, superando o único ocorrido em 2021. Além dessas adoções concretizadas ano passado, outros dois grupos numerosos de irmãos e três adolescentes foram aproximados a famílias, por meio do programa da 1ª VIJ, 'Em Busca de um Lar', que sensibiliza para adoção fora do perfil desejado pela maioria dos interessados, e hoje encontram-se em estágio de convivência.

O programa promove a busca ativa e a sensibilização de famílias para a adoção de meninos e meninas cujo perfil costuma ser preterido pelos adotantes, seja por serem portadores de problemas de saúde ou deficiência, terem idade avançada ou fazerem parte de grupo de irmãos. Em 2022, foram realizadas 6 adoções de crianças com deficiência ou grave problema de saúde.

Para Walter Gomes, supervisor da SEFAM, os resultados refletem o trabalho de incentivo a adoção fora do perfil clássico que vem sendo desenvolvido pela 1ª VIJ, sobretudo por meio do Em Busca de um Lar. “Temos percebido um efeito positivo envolvendo a divulgação do programa. Isso tem levado as famílias a refletirem melhor sobre o perfil de adoção pretendido e algumas delas têm, de fato, alterado esse perfil. Isso acaba se materializando na realidade da SEFAM, que vem conduzindo vários estágios com irmãos”, explica o servidor.

Mesmo com esses primeiros indícios de abertura do perfil, ainda há grande diferença entre o ideal de filho buscado pelas famílias que desejam adotar e a realidade de quem espera para ser adotado no Distrito Federal. Hoje 543 famílias estão aptas a adotar – 117 habilitadas no ano passado. Desse total, cerca de 98% querem adotar crianças com até três anos; 5% está aberta a acolher grupos com três crianças ou mais; e 13% acolheriam um jovem com deficiência ou graves problemas de saúde.

Do outro lado, o cadastro de adoção do DF conta com 85 crianças e adolescentes aptos a serem adotados. No entanto, cerca de 92% deles tem mais do que os três anos de idade; 52% integra um grupo de três irmãos ou mais; e 28% tem alguma deficiência ou grave problema de saúde. Esse desencontro de perfis faz com que a conta entre quem deseja adotar e quem sonha em ser adotado não feche. A espera na fila de adoção tende a se prolongar porque o filho esperado pelas famílias não existe no cadastro.

Desde 2019 a iniciativa do programa tem proporcionado o encontro entre pais e filhos fora do perfil clássico da adoção. Para Gomes “os primeiros resultados reforçam a adequação e a pertinência do projeto e apontam para um futuro promissor que envolve a possibilidade de um número ainda maior de adoções no âmbito do Distrito Federal".

Classificação Indicativa: Livre

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