Justiça

Defesa de agente que matou petista diz que prisão é 'desumana e ilegal'

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Petista foi morto em 9 de julho, em Foz do Iguaçu  |   Bnews - Divulgação Reprodução das Redes Sociais

Publicado em 13/08/2022, às 14h23   Ana Paula Bimbati e Herculano Barreto Filho


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A defesa do policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, denunciado por homicídio qualificado por matar a tiros o guarda municipal e petista Marcelo Arruda na noite de 9 de julho em Foz do Iguaçu (PR), classifica a revogação da prisão domiciliar em preventiva como "desumana e ilegal".


Em nota assinada por cinco advogados, a defesa alega que Guaranho não pode atrapalhar a produção de provas e não representa risco à sociedade, condições que justificariam uma prisão preventiva.
"A prisão atende apenas a fins midiáticos e eleitoreiros", alegam os advogados Luciano Santoro, Cleverson Leandro Ortega, Poliana Lemes, Carlos Roberto Bento e Julia Crespi em um dos trechos do texto.


Guaranho foi transferido nesta sexta-feira (12) à noite para o Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, mesma unidade prisional onde ficaram os detidos pela Operação Lava Jato. Segundo a Sesp (Secretaria Estadual de Segurança Pública do Paraná), o policial penal chegou ao presídio por volta das 2h50 deste sábado (13).


Os defensores alegam ainda que não há risco de fuga, versão contestada pelos advogados que representam a família da vítima, que se posicionaram sobre o caso após a conversão da prisão preventiva em domiciliar.


CONDIÇÕES DO PRESÍDIO

A defesa de Guaranho ainda atribui a gravidade do seu estado de saúde às agressões. Ferido após ser atingido por seis tiros, ele levou mais de 20 chutes na cabeça e as agressões ocorreram por quase seis minutos.


Com alta hospitalar desde quarta-feira (10), Guaranho vinha sendo monitorado com o auxílio de uma tornozeleira eletrônica após a Justiça do Paraná converter a prisão preventiva em domiciliar, já que a unidade prisional alegava não ter condições para recebê-lo.


Contudo, o governo do Paraná voltou atrás e notificou nesta sexta-feira a 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu em ofício assinado por Wagner Mesquita de Oliveira, secretário estadual da Segurança Pública do Paraná.


A defesa também cita uma declaração dada pelo diretor do Complexo Médico Penal, que recusou receber o policial federal, porque o local não tem as condições necessárias para Guaranho. Uma das advogadas esteve presente no local hoje e disse que a situação é "degradante".


Segundo a nota dos advogados, o Conselho Regional de Medicina do Paraná e o Conselho Regional de Enfermagem do Paraná denunciaram há seis meses as condições da unidade. "Mas não se viu das autoridades a mesma indignação ou a adoção de qualquer ação para mudar essa realidade", afirmam. Contudo, a Sesp voltou atrás na posição inicial e disse que o presídio tem cama em cela para o leito do interno e os cuidados médicos necessários para fazer o atendimento adequado. A pasta informou ainda contar com o auxílio de fisioterapeuta para atividades de recuperação.

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"Nos últimos dias, foram recebidos 14 profissionais de saúde, havendo previsão de outros 131 para as próximas semanas", esclarece um dos trechos do texto. A defesa alega que Guaranho está em cela em comum, sem medicação e alimentação.

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