Justiça

Levantamento aponta que "penduricalhos" rendem salários de até R$ 1,5 mi a juízes no Brasil

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Entre os "penduricalhos" citados, estão auxílio-moradia e bônus extinto  |   Bnews - Divulgação Reprodução // José Cruz // Agência Brasil

Publicado em 25/06/2023, às 09h16   Cadastrado por Rafael Albuquerque


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Um levantamento feito pelo UOL nas folhas de pagamento dos 92 tribunais do Judiciário brasileiro mostra que os chamados "penduricalhos" — remunerações extras como pagamentos retroativos de adicionais por tempo de serviço e de auxílios-moradia — renderam salários mensais de até R$ 1,5 milhão a magistrados no ano passado.


Ao todo, foram identificados nove contracheques de salário mensal superiores a R$ 1 milhão, em valores brutos, pagos a juízes e desembargadores em dezembro e janeiro de 2022. São as maiores remunerações pagas a magistrados nos últimos três anos, segundo a publicação.


Desde 2020, mais de 30 mil salários superaram R$ 100 mil — eles são 3% do total de holerites, mas equivalem a mais de 10% dos pagamentos feitos pelos tribunais (R$ 4,7 bilhões).

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O UOL aponta que os salários milionários foram pagos a juízes e desembargadores — atualmente aposentados — do TJ-RO (Tribunal de Justiça de Rondônia), da Justiça Federal do Ceará e de Pernambuco e do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre (RS). 


TJ-RO no topo do ranking


O mesmo levantamento aponta que seis dos maiores salários chegaram à casa do milhão devido ao pagamento de auxílio-moradia retroativo aos anos de 1987 a 1993 na Justiça de Rondônia — isto é, há mais de 30 anos. Os valores foram pagos entre 2016 e 2022, aponta o UOL. 


Vale lembrar que o Conselho Nacional de Justiça proibiu em 2018 que os tribunais pagassem auxílio-moradia retroativo. O TJ-RO alega, contudo, que os pagamentos foram definidos por acordos judiciais anteriores a essa decisão. 


Bônus extinto


Os outros três contracheques milionários foram turbinados por adicionais por tempo de serviço, como o quinquênio. O bônus retroativo — extinto pela reforma previdenciária de 2003 — foi pago, contudo, a esses magistrados antes de abril, quando o CNJ e o TCU (Tribunal de Contas da União) suspenderam os repasses na Justiça Federal. 


O quinquênio — benefício somado aos salários de magistrados periodicamente— deixou de ser pago em 2006, mas juízes de diferentes tribunais do país vêm embolsando valores retroativos com base na interpretação de uma decisão do STF, segundo a publicação.

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