Justiça

Ministério Público do Trabalho pede indenização de R$30,5 milhões de ex-presidente da Caixa

Alan Santos/PR
Ação Civil Pública também pede que integrantes do conselho de administração da Caixa à época paguem R$ 3 milhões por omissão  |   Bnews - Divulgação Alan Santos/PR

Publicado em 29/09/2022, às 17h50 - Atualizado às 18h00   Redação BNews



Ministério Público do Trabalho pede indenização de R$30,5 milhões de ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ao pagamento de R$30,5 milhões por danos causados às mulheres que o acusam de assédio moral e sexual. A ação do MPT pede reparação por danos morais coletivos por causa das acusações de assédio sexual e moral enquanto presidiu a Caixa. No pedido, o MPT diz que a condenação deve ser revertida  a um fundo destinado à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Os procuradores também solicitaram a condenação dos integrantes do Conselho de Administração da Caixa à época a pagar R$ 3 milhões pela "omissão de cada um em fiscalizar os atos" de Pedro Guimarães.

Na ação civil pública ajuizada nesta quinta, os procuradores apontaram que, durante a gestão de Pedro Guimarães, houve "uma onda de afastamento por doenças mentais". Ao menos 354 funcionários se afastaram por ano da instituição. Antes de Guimarães, a média de afastamentos médicos mentais era de 277 por ano.

O MPT afirmou que a primeira denúncia de assédio sexual contra o ex-presidente da Caixa aconteceu em julho de de 2019, quando Guimarães estava há apenas seis meses no exercício do cargo. Mas, segundo os procuradores, a empresa não adotou qualquer providência para investigar a denúncia.

Pedro Guimarães sempre negou que tenha cometido qualquer crime, desde que as acusações de assédio sexual contra ele vieram à tona. O MPT, porém, apresentou o relato de dezenas de testemunhas que acusam o ex-presidente da Caixa de ter cometido assédio sexual. Uma delas afirmou que, “com os abraços desconfortáveis, Pedro [Guimarães] passou a colocar a mão na cintura da depoente; que Pedro falava ‘adorei sua roupa de hoje’, colocava a mão na cintura e foi descendo a mão pelo corpo da depoente; que a depoente tirava a mão de Pedro do seu corpo; que, em outra situação, dentro da sala de Pedro, ao estar sentada em uma cadeira, Pedro sentou ao seu lado e colocou a mão na perna da depoente; que reagiu tirando a mão de Pedro de seu corpo”.

De acordo com o MPT, funcionárias foram vítimas de assédio sexual durante a gestão de Pedro Guimarães e, pelo menos um funcionário e uma funcionária foram alvos de agressão física pelo ex-presidente da Caixa. O órgão ainda revelou que ele quebrava aparelhos celulares em momentos de raiva e proibia, de forma velada, o uso da cor vermelha.

Pedro Guimarães é acusado, também, de tratar funcionários da estatal aos gritos e palavrões, de ter cometido assédio moral contra funcionárias que negavam as investidas sexuais dele. Até mesmo a vice-presidente da Caixa sofreu assédio moral cometido por ele, quando tomou providências a partir das denúncias internas recebidas.

Siga o Tiktok do BNews e fique por dentro das novidades.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp