Justiça

Mnistério Público da Bahia alerta a loja Reserva por publicidade potencialmente racista

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O MP recomendou à loja Reserva que uma nota pública de retratação seja divulgada nas redes sociais e meios de comunicação do estabelecimento  |   Bnews - Divulgação Rpeodução/Instagram/@professorabeth

Publicado em 08/11/2022, às 15h27   Cadastrado por Lorena Abreu


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O Ministério Público da Bahia (MP-BA), através da Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa fez uma recomendação à loja Reserva localizada em Salvador, após a difusão de publicidade potencialmente discriminatória. Conforme o documento, o material publicitário retratava um manequim negro quebrando a vitrine da loja, supostamente para subtrair produtos nela expostos, “o que reforça estereótipos racistas”.

De acordo com o MP baiano, foi recomendado que uma nota pública de retratação seja produzida e após aprovação do MP, divulgada nas redes sociais e meios de comunicação do estabelecimento. Recomendou-se também, que a Reserva não veicule publicidade que de forma alguma, difunda ou reforce estereótipos racialmente discriminatórios, bem como apresente ao MP um plano de diversidade e inclusão étnico-racial que envolva impactos em sua composição e em suas práticas institucionais.

Segundo a promotora de Justiça Lívia Sant’Anna Vaz, a recomendação considerou o Estatuto de Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa do Estado da Bahia, que define por racismo institucional “ações ou omissões sistêmicas caracterizadas por normas, práticas, critérios e padrões formais e não formais de diagnóstico e atendimento, de natureza organizacional e institucional, pública e privada, resultantes de preconceitos ou estereótipos, que resulta em discriminação e ausência de efetividade em prover e ofertar atividades e serviços qualificados às pessoas em função da sua raça, cor, ascendência, cultura, religião, origem racial ou étnica”. Foi recomendado, ainda, que a loja apresente ao MP, no prazo de 90 dias, um plano de formação antirracista de seus colaboradores, gestores e dirigentes, sobretudo do setor de publicidade e propaganda. E, em até 120 dias, apresente censo étnico-racial de seus colaboradores, gestores e dirigentes.

Em fevereiro deste ano, a loja . De acordo com uma internauta na época, um manequim preto, colocado de forma a parecer que estaria quebrando um vidro de acesso ao estabelecimento, estaria representando um assaltante.

"Isso é sério? É sério que a loja @reserva do @shoppingbarra contratou uma pessoa para fazer essa "vitrine conceito assalto à loja por um manequim preto com camisa listrada quebrando o vidro da loja"? E aceitou a "ideia" sem questionar?", aborda a mulher.

Ainda de acordo a denunciante, a suspeita de que o manequim teria sido colocado propositalmente nesta situação para parecer um assaltante foi confirmada por um funcionário da loja. "Um manequim chocante assaltando a loja como próprio funcionário falou. O que intriga é o manequim com ação violenta ser preto. Por que não branco, ou de outra cor? Sinto como racismo", emendou.

A loja afirmou na ocasião que o boneco de cor preta era o mesmo usado do lado de dentro da vitrine e desmontou a decoração. A Reserva ainda afirmou repudiar o racismo.

O Shopping Barra também se pronunciou na época e emitiu uma nota se posicionando sobre a ação promocional da loja Reserva. "Entendemos que algumas ações, mesmo que sem intenção de ofender, precisam de um olhar mais atento e cuidadoso para que não haja espaço para reforço de estereótipos que precisam acabar", diz um trecho da nota.

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