Retirada de sigilo de investigação de plano contra Moro é questionada por ministro

A juíza Gabriela Hardt, que atua na 9ª Vara Federal de Curitiba, atendeu ao pedido da Polícia Federal (PF) para retirar o sigilo da investigação sobre o suposto plano para sequestrar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR).

O ministro da Secretaria de Comunicação Social Paulo Pimenta criticou a medida e disse que a divulgação dos documentos atrapalha as apurações. Ele ainda questionou se isso foi feito "para ajudar a narrativa de um amigo" — Moro.

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Em nota, a assessoria de imprensa da Justiça Federal do Paraná afirmou que Gabriela Hardt entendeu que a quebra integral do sigilo poderia trazer riscos às vítimas e aos investigados e manteve o segredo parcial da investigação. 

"A retirada do sigilo do processo foi um pedido do delegado que conduz as investigações, protocolado nos autos às 14h de ontem (23). Contudo, por cautela, a juíza federal designada para atuar no caso, entendeu melhor manter o nível de sigilo 1, por segurança dos investigados e vítimas, autorizando a divulgação apenas das representações policiais e das decisões que autorizaram as prisões e as buscas, bem como o termo de audiência de custódia", disse o órgão.

Embora tenha mantido o nível de sigilo grau 1 nas investigações, mas Pimenta ainda continuou suas críticas em uma rede social, nesta sexta-feira (24). 

"Uma juíza retirar o sigilo de um inquérito sensível e perigoso que ainda está em curso, sem combinar com a PF que está no comando da investigação ajuda no quê? Tudo isso para ajudar a narrativa de um amigo? Vocês acham normal? Não se indignam?", escreveu.

Segundo informações da revista eletrônica Consultor Jurídico, o ministro também afirmou que o inquérito não pode ser “capturado” por interesses pessoais de ninguém e que a decisão da magistrada acaba expondo as investigações e, consequentemente, atrapalhando-as.

Segundo reportagem da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, a decisão de levantar sigilo também irritou alguns membros da Polícia Federal que viram na ação uma tentativa de “blindar” Moro após declarações do presidente Lula. 

Na quinta-feira (23), Lula questionou a investigação. “Eu não vou falar porque eu acho que é mais uma armação do Moro. Mas eu quero ser cauteloso e vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro, mas eu vou pesquisar e ficar sabendo da sentença”, disse.