Cultura

"A discriminação ainda existe. Você pode olhar a própria Câmara"

Publicado em 21/11/2011, às 05h52   Redação Bocão News



Em celebração ao Dia da Consciência Negra o Coletivo e Entidades Negras (CEN) realizou neste domingo (20) uma caminhada que reuniu o povo de santo e militantes do movimento negro da Bahia, que lutam pela liberdade religiosa e contra a intolerância e o preconceito.

Para a vereadora petista Marta Rodrigues, o governo precisa reparar as políticas públicas para o povo negro, principalmente para o povo de santo, que segundo ela, deve ter os costumes incorporados no nosso dia a dia.

"O governo precisa ser mais rápido. Estamos fazendo uma série de debates porque isso também é importante. Marcamos com o secretário de comunciação da prefeitura uma reunião, porque ele disse que o negro aparece nas propagandas e eu não vejo. A discriminação ainda existe. Você pode olhar a própria Câmara dos Vereadores. Somos 41 vereadores e vereadoras, seis mulheres, e destas três são negras. Quem tá com a caneta na mão no município? Só temos o secreatário Ailton Ferreira e o vice-prefeito (Edvaldo Brito), mas você ver outro em secretarias onde de fato define a política? Não podemos tratar historicamente quem foi tratado diferente de forma igual. Tem que ter políticas diferenciadas e isso é de fundamental importância", colocou a vereadora.

Bastante animada com o evento, Mãe Jaciara disse o objetivo da caminhada serve para deixar a religião africana mais visível. "Isso é para mostrar nossa cultura, que nós existimos e que estamos aqui. Inclusive para cobrar dos órgãos governamentais visibilidade e políticas públicas. E também que se resgate o que foi perdido ao longo do tempo. Fazíamos nossos cultos escondidos, não podíamos dizer que era da religião. E hoje nós podemos dizer que somos religiosos, mas ainda se perdura muito a intorlerância religiosa", disse.
A gestão do prefeito João Henrique, no que diz repeito a cultura africana foi duramente criticada pela adepta do candomblé. "O governo estadual e federal sim tem nos ajudado, o que nós nos queixamos ainda é do governo do município. Porque quando se bota uma Sucom e a polícia, que é questão do estado já, para nos repreender quando estamos em nosssas casas fazendo nosso rituais e estamos louvando aos nossos orixás, chega o povo da Sucom querendo que a gente termine, que a gente não faça zuada. Como podemos louvar aos nossos orixás sem nossos atabaque? Quando o governo vai na nossa porta querendo pedir para que nós paremos é uma intolerância religiosa", colocou Mãe Jaciara que disse que o prefeito não dá visibilidade para religiões africanas.

"Temos um prefeito evangélico que não nos respeita e o que a gente quer é respeito. Dentro do gabiente do prefeito tem uma Bíblia, mas nós encaminhos uma adijá, símbolo da religião afriacana, mas ele não colocou lá. Não tem a Bíblia? Poderia ter também um adijá. Ele não tem respeito por nós. Mas ninguém vai parar nossa voz", declarou a religiosa.

Os participantes saíram da Praça do Engenho Velho da Federação e seguiram até o Dique do Tororó.

Veja as fotos do Dia Nacional da Consciência Negra


Fotos: Gilberto Júnior// Bocão News 

Classificação Indicativa: Livre

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